O líder parlamentar do BE, José Manuel Pureza, considera que a direcção do PSD tem uma posição de "reforço" da orientação do Orçamento do Estado, estando disposta a "aceitar o aumento de impostos".
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"É de registar que há uma posição por parte da direcção do PSD que é de reforço, até, daquilo que é a orientação geral deste Orçamento", disse José Manuel Pureza aos jornalistas, no Parlamento.
Para o líder da bancada bloquista, o líder do PSD, veio, com os "pressupostos" que foram aprovados para os sociais-democratas viabilizarem o OE, "dizer ao país que está disposto a aceitar o aumento de impostos".
"No IVA isso é claríssimo, Pedro Passos Coelho aceita o aumento de 1%, e no IRS isso é igualmente claro", afirmou, sublinhando que simultaneamente "não diz nada sobre os impactos negativos que esses aumentos de impostos vão ter".
Segundo José Manuel Pureza, o PSD "não diz nada sobre os efeitos perniciosos que este Orçamento vai ter, em matéria de aumento do desemprego, em matéria de cortes de salários, em matéria de cortes das pensões e das prestações sociais".
"Não sou eu que o digo, são os observadores de todas as orientações políticas que já registaram que esta situação vai ter efeitos recessivos sobre a economia portuguesa", afirmou.
Esses efeitos recessivos vão ter como consequência que, "daqui muito pouco tempo" haverá "necessidade de medidas suplementares para colmatar essa situação".
"O doutor Pedro Passos Coelho tem que perceber que os efeitos das medidas que ele advoga são tremendos sobre a vida quotidiana das pessoas", afirmou.
Alguns dos "pressupostos" aprovados pelo Conselho Nacional para o PSD viabilizar a proposta do Governo são que a taxa máxima do IVA aumente de 21% para 22%, e não para 23%, que se reveja a lista de bens sujeitos a esta taxa e que as deduções fiscais, em vez de serem cortadas, sejam reembolsadas em títulos da dívida pública.