O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, acaba de enunciar, hoje, quarta-feira, em conferência de imprensa, as quatro condições necessárias para uma abstenção na votação do Orçamento do Estado para 2011.
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O PSD exige "verdade e transparência das contas públicas", ou seja, saber a real situação financeira do país; "equidade na distribuição dos sacrifícios exigidos pelo Governo", cortando mais na máquina do Estado e penalizando menos as pessoas; "canalizar as poupanças daí resultantes para diminuir o agravamento fiscal"; e colocar um travão nas obras públicas e nas Parcerias Público Privadas (PPP). "O PSD considerará a abstenção se o Governo considerar estas propostas", afirmou.
Apresentadas as condições mediante as quais o PSD viabilizará o OE, Passos Coelho ressalvou, no entanto, e ao contrário do que foi ontem avançado por Paula Teixeira da Cruz, vice-presidente do partido, que não se trata de "tudo ou nada", deixando uma janela aberta para a negociação.
Sem esclarecer se já deu conta destas propostas a Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, o líder laranja afirmou esperar que haja agora por parte do Governo "um exercício de bom senso", de "demonstrar responsabilidade ou continuar na sua fuga para a frente". "O país não pode ser vítima da chantagem em que de um lado está o OE e do outro o abismo. As nossas propostas vão sentido de um caminho que não seja tão recessivo nem tão penoso para as pessoas."
A disponibilidade do PSD para viabilizar o OE que considera "irrealista", não atenua as críticas à governação socialista. Passos Coelho afirmou que este Executivo tem demonstrado "incapacidade, desorientação e incompetência". Acusa-o de ter "encurralado o país" e de o ter conduzido até aqui através de "uma lógica de facilitismo e eleitoralismo".