O líder do Bloco de Esquerda defendeu hoje, domingo, o fim "do saltitar entre o interesse público e o privado em nome de um país" que "promova a coragem de resolver problemas importantes".
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Durante um encontro de activistas em Alhos Vedros, na Moita, Francisco Louçã exemplificou como situação diária de "desigualdade", o caso relatado sábado pelo semanário Expresso.
“Um assessor do Secretário de Estado, que tutela as SCUTS (auto estradas sem portagem), e que foi por ele nomeado para a empresa pública que dirige o processo de organização das portagens, entrou em licença para a empresa privada que vende os 'chips', que agora o governo quer impor, em aliança com o PSD”, afirmou o dirigente à Lusa.
Louçã não poupou críticas aos sociais-democratas, que “se colam às iniciativas do governo”.
“Mais portagens, o PSD concorda; mais impostos, o PSD concorda; menos salários, o PSD concorda; redução do subsídio de desemprego, o PSD concorda”, enumerou.
Para o bloquista é “preciso acabar com esta enorme maioria, que promove a austeridade e, portanto, a crise gravíssima, que é insustentável no país”.
Francisco Louçã referiu a “grande aliança entre o Governo, o Presidente da República, o PS e CDS. As direitas que vivem naturalmente com a ideia de que se há desemprego, a solução é facilitar os despedimentos ou se há problemas nos salários, a solução é reduzi-los”.
Louçã apresentou como alternativa uma “esquerda de confiança e que possa responder aos problemas importantes do país”, como a “injustiça económica do país”.
As palavras recentes do Presidente da República, Cavaco Silva, de que Portugal estar a viver uma “situação insustentável”, levou Louçã a comentar hoje, domingo, que o problema “está no país inteiro”.
“Nós temos é de olhar para o país e acabar com a insustentabilidade dos ataques às pensões, aos salários e aos subsídios de desemprego”, disse.
O dirigente referiu que o partido está a preparar uma “grande campanha de mobilização” para Julho e Agosto.
No próximo fim-de-semana arrancará um “ciclo de comícios que juntará dezenas de milhares de pessoas” para “olhar de frente para os problemas e trazer soluções e alternativas contra a crise e austeridade, que provoca a diminuição de salários e o aumento de impostos”.