A deputada do BE Mariana Mortágua considerou esta quarta-feira o denominado guião para a reforma do Estado "o maior programa de destruição do Estado Social" que Portugal "já viu".
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"Ficámos a perceber muito bem hoje por que esta reforma demorou 10 meses a sair e porque é tão incómoda. Aquilo que Paulo Portas veio hoje apresentar, no tom e na forma dissimulada a que já nos habituou noutros momentos, é o maior programa de destruição do Estado Social que este país já viu", afirmou a deputada, em declarações aos jornalistas no parlamento.
O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, apresentou hoje os traços gerais do documento, depois de aprovado em Conselho de Ministros, adiantando tratar-se de medidas para mais de uma legislatura, que poderão incluir mexidas na Constituição da República.
"Não é um apelo. É uma destruição da Constituição, um ataque direto aos princípios que defende - solidariedade, igualdade, de acesso de todas e de todos ao Estado Social e aos serviços públicos com os impostos que são pagos, de igual forma, por todas e por todos", contestou a parlamentar bloquista sobre a intenção de revisão constitucional expressa pelo executivo liderado por Passos Coelho.
Para Mariana Mortágua, o documento apresentado pelo presidente do CDS-PP é, basicamente, "a entrega direta a privados de escolas, de hospitais".
"Estamos a falar, acima de tudo, da entrega à banca das reformas das portuguesas e dos portugueses", destacou, acrescentando que se trata do mesmo setor que "entregou ao Estado" os próprios "fundos de pensões que não soube gerir".