<div> O antigo dirigente do PSD e ex-conselheiro de Estado António Capucho demarcou-se, quinta-feira à noite, de Mário Soares, apesar de admitir que está "em rota de colisão com o Governo e contra a austeridade cega, sem cuidar do desenvolvimento económico". No entanto, não defende nem a demissão do Executivo liderado por Passos Coelho, nem do presidente da República. </div> <div> </div> <div> </div>
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António Capucho foi convidado por Mário Soares para estar presente na conferência "Em defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social", na quinta-feira à noite, em Lisboa, mas declinou o convite devido a um compromisso pessoal "inultrapassável". Foi isto que explicou ao JN e também ao ex-presidente da República, na mensagem que enviou para a Aula Magna.
O social-democrata subscreve algumas das críticas que foram apontadas ao Governo, como a subserviência em relação à troika, mas não quer a demissão de Passos. Defendeu-o em julho, quando Paulo Portas pediu para sair do Governo de forma irrevogável, mas considera que, neste momento, não fazia sentido.
"O Governo deve agora levar a cruz até ao calvário até junho", sustenta. Quanto à defesa da Constituição, um dos propósitos da conferência, argumenta que a Lei Fundamental tem de ser respeitada, mas não deve ser encarada como algo "intocável". Não vê mal algum se for revista, mas a dar-se este passo, deve ser feita com seriedade.
De Cavaco Silva, espera que peça a fiscalização preventiva do Orçamento do Estado, para que, caso se verifique alguma inconstitucionalidade, o Governo tenha tempo para corrigir as normas, por forma a que o dossier fique encerrado até final do ano.
Para António Capucho, o presidente da República deveria ter dado "um murro na mesa" em julho. Mais firmeza teria obrigado os três partidos do arco da governação a entenderem-se. Algo que considera inevitável. "Se assim não for, não vamos a lado nenhum", remata.