Confederação da Indústria Portuguesa vai continuar a validar o acordo tripartido de concertação social, assinado em janeiro, exigindo que seja "efetivamente cumprido".
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"Não admitimos, enquanto um dos subscritores, colocar o acordo tripartido em causa", afirmou esta quinta-feira o presidente da CIP, António Saraiva, realçando que "tem um conjunto de medidas pelas quais" a confederação patronal "continua a pugnar".
Em conferência de imprensa, o dirigente patronal sublinhou que a CIP vai-se manter "fiel aos compromissos", mas "exige que seja efetivamente cumprido e que os parceiros sejam ouvidos na sua execução".
"Tem um conjunto de medidas pelas quais continuamos a pugnar", acrescentou, recordando que "dois terços visam medidas na economia, no financiamento, na redução da despesa".
Ainda assim, António Saraiva foi muito crítico em relação ao anúncio de novas medidas de austeridade sem que os parceiros tenham sido ouvidos, o que motivou o pedido de uma audiência com o Presidente da República e com o primeiro-ministro, que ainda não tem data marcada.
"Os parceiros sociais subscritores do acordo solicitaram audiência ao Presidente da República, mas também ao primeiro-ministro já que é com o Governo que temos que dialogar e promover as alterações que ainda são possíveis obter com bom senso nesta altura em que alguma crispação se instala na sociedade", declarou.
Sobre a manifestação contra as medidas de austeridade, marcada para sábado, António Saraiva disse preferir o diálogo, "com racionalidade e bom senso".
"Enquanto cidadão - não enquanto dirigente patronal - sou pelo diálogo. Sendo certo que há lugar à indignação, não é com a manifestação e com a greve que resolveremos esse problema".