Corte no subsídio de Natal é "primeira medida de terrorismo social" do Governo
O coordenador regional do Bloco de Esquerda na Madeira acusou, sábado, o Governo de "roubo" do subsídio de natal, que classificou como a "primeira medida de terrorismo" do novo Governo, criticando Alberto João Jardim por ter declarado o seu apoio.
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"O imposto extraordinário anunciado pelo primeiro ministro que promete roubar o equivalente a metade do subsidio de Natal de todos os trabalhadores é a primeira medida de terrorismo de um governo constituído por dois partidos que na campanha eleitoral não anunciaram que iam cortar esta verba aos trabalhadores", argumentou Roberto Almada, em conferência de imprensa.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou quinta-feira que o executivo vai adoptar, apenas este ano, um imposto extraordinário em sede de IRS equivalente a 50% do subsídio de Natal, no excedente do salário mínimo nacional. Segundo o primeiro-ministro, para além dos rendimentos do trabalho, serão atingidos todos os rendimentos das pessoas singulares, entre os quais os de capital. A medida será detalhada nas próximas duas semanas e permitirá ao Estado arrecadar uma receita adicional de 800 milhões de euros.
Para o dirigente regional do BE-M, se PSD e CDS tivessem admitido esta medida, "certamente o povo não lhes teria dado a força que deu" nas últimas eleições.
Roberto Almada considerou esta medida "um erro crasso", tal como o aumento do IVA e outros impostos, dizendo que "só colocando o país a consumir mais é que se combate a crise".
O dirigente do BE-M disse ainda que Alberto João Jardim, "qual carrasco dos trabalhadores veio logo apoiar o roubo de 50 por centro nos subsídios de natal dos madeirenses, quando se esperava que defendesse os trabalhadores da Madeira".
Mas, "mesmo antes das eleições regionais veio dizer que estava de acordo com esta medida e o BE percebe bem quais as intenções do presidente do Governo Regional", afirmou.
Segundo o dirigente bloquista madeirense, "está legalmente consagrado que os impostos gerados na região constituem receita da região, pelo que o que Jardim veio dizer é que está de acordo que se roube aos trabalhadores para que esse dinheiro fique nos cofres da região para o seu governo continuar a gastar".
O BE, disse, "denuncia claramente que Alberto João Jardim apoia este roubo aos trabalhadores da Madeira e Porto Santo para se servir desse dinheiro para construir e inaugurar obras e ganhar eleições".
Garantiu ainda que o partido "vai denunciar os carrascos e vampiros que pretendem sugar tudo e Alberto João Jardim é o primeiro responsável por este assalto social aos trabalhadores madeirenses.