O director do "Diário de Notícias", João Marcelino, garantiu no Parlamento não ter qualquer conhecimento sobre o alegado plano do Governo para controlar os meios de comunicação social.
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"Não tenho nenhum conhecimento sobre essa matéria [alegado plano do Governo para controlar a comunicação social]", afirmou João Marcelino aos deputados da comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República.
João Marcelino acrescentou que, "se existisse seria muito pouco inteligente numa democracia como a portuguesa" até porque "todas as tentativas acabam sempre a descoberto".
No início da audição, João Marcelino afirmou que, tendo em conta os depoimentos que têm sido prestados na comissão de Ética, "se há coisa que não falta é liberdade de expressão em Portugal" e que "há pequenos problemas, mas vão sendo resolvidos no dia-a-dia".
O responsável reiterou ainda que nem o "Diário de Notícias" nem o grupo que detém o jornal, a Controlinveste, foram privilegiados na distribuição de publicidade do Estado.
Em Novembro passado, a revista "Sábado" publicou um artigo com base em dados da Mediamonitor/Marktest no qual afirmava que a distribuição da publicidade estatal tendia a prejudicar jornais críticos do Governo, como o "Público" e o "Sol", e a beneficiar o "Diário de Notícias".
Poucos dias depois, os cinco jornais do grupo Controlinveste (que detém o DN, mas também o "Jornal de Notícias", o "24 Horas", o "Jogo" e o "Global") publicaram um artigo, com base nos mesmos dados, que dizia que o "Correio da Manhã", da Cofina (que detém a "Sábado") é que era, afinal, o jornal que recebia mais publicidade do Estado.
"Foram lançadas dúvidas de forma pouco correcta" mas " a publicidade do Governo não só não beneficia o DN como não beneficia a Controlinveste", sublinhou João Marcelino aos deputados.
A "insinuação" lançada pela "Sábado" "não tinha razão de ser, era maldosa", disse o director, lembrando que "a verdade é que a dúvida subsiste" embora tenha sido contestada.