O vice-presidente do PSD Marco António Costa recomendou hoje ao Governo que procure acentuar perante os parceiros europeus a diferença entre a situação de Portugal e a da Grécia.
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Enquanto na Grécia "existem problemas internos dentro da própria maioria que apoia o Governo" e uma "contestação de rua muito acentuada", em Portugal o novo executivo é apoiado por "uma maioria sólida" e há "um clima social de tranquilidade", apontou o social-democrata, acrescentando que acredita que "a paz social se manterá".
Marco António Costa fez estas declarações aos jornalistas no Palácio das Necessidades, em Lisboa, no final de uma reunião de cerca de 40 minutos entre o PSD e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, sobre a cimeira europeia de quinta e sexta-feira.
Segundo Marco António Costa, nesta cimeira, a Grécia vai estar no centro das atenções e será dedicada alguma atenção também a Portugal, ainda que informalmente.
Neste contexto, "o PSD aconselhou o Governo a que seja feito um realce relativamente à circunstância de existir uma enorme diferença entre estas duas realidades", disse o dirigente social-democrata.
Marco António Costa assinalou o facto de "mais de 80 por cento" dos portugueses que votaram nas legislativas terem votado nos três partidos que subscreveram o programa de ajuda externa, PSD, CDS-PP e PS: "É, sem dúvida, um fator de diferenciação muito positivo e que deixa antever um amplo apoio político parlamentar às medidas que é necessário levar a efeito".
Quanto à contestação social, considerou que em democracia é normal que esta exista, mas que não será de dimensão relevante: "Existe uma consciência colectiva comunitária da nossa sociedade da relevância, da importância de não podermos falhar. Portanto, acreditamos que a paz social se manterá".
Questionado sobre o facto de não ser o primeiro-ministro a receber hoje os partidos, o vice-presidente do PSD respondeu que é natural que Passos Coelho se tenha feito representar pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, "porque ainda está numa fase organizativa do Governo e a preparar um conjunto de iniciativas políticas relevantíssimas".
Além de Marco António Costa, integraram a delegação do PSD o vice-presidente Manuel Rodrigues, o presidente da Comissão de Relações Internacionais do partido, Braga de Macedo, e o deputado Luís Montenegro.