O secretário-geral do PCP apontou, este domingo, as medidas do Orçamento do Estado para 2012 como "brutais e injustas" e afirmou que será "muito difícil" que o seu partido se abstenha e apelou à mobilização, admitindo uma greve geral.
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Numa declaração no final de uma reunião do Comité Central do PCP, Jerónimo de Sousa assinalou que a realização de uma greve geral não depende do seu partido, mas salientou que, mesmo que esta seja convocada pelo movimento sindical, "estamos perante um processo e não perante um desfecho em ato único".
"Consideramos que o desenvolvimento, a diversificação e a multiplicação das lutas vai ser necessária, mesmo que haja uma greve geral, ela não será com certeza a Batalha de Waterloo, vai exigir com certeza uma continuidade", frisou, depois de questionado pelos jornalistas.
O secretário-geral do PCP afirmou que será "muito difícil a abstenção" do seu partido relativamente à proposta de Orçamento que o Governo apresentada já na segunda-feira e que o voto contra o documento "tem um sentido de estar contra medidas tão brutais e tão injustas".
Jerónimo apontou ainda as medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, como "uma dose reforçada de veneno para matar a economia e desgraçar o país" e uma "afronta" à Constituição da República".
"É cada vez mais evidente que o retrocesso do regime democrático e a destruição do seu conteúdo político, económico, social e cultural e o objetivo estratégico do grande capital e dos partidos da política de direita na prossecução dos seus interesses de classe", considerou.
Neste contexto, o líder do PCP apelou à constituição de "um vasto movimento popular, que congregue todos os democratas e patriotas e tenha como objetivos centrais salvar o país, travar as injustiças, o desemprego e o empobrecimento" e destacou "a importância da semana de luta decidida pela CGTP-IN, a realizar de 20 a 27 de outubro".
"O PCP apela aos trabalhadores, à juventude, ao povo português, para que mobilizem a sua força num grande movimento capaz de derrotar a ofensiva em curso e assegurar a rutura e mudança para um Portugal com futuro, movimento de massas amplo que tenha nos trabalhadores a força motora, movimento unitário que convoque todos os democratas e patriotas para a convergência e travar este pacto de agressão e desastre", concluiu.