A Metro do Porto escusou-se, sexta-feira, a comentar as declarações de Alberto João Jardim sobre a empresa e corrigiu apenas o montante da sua dívida, que se cifra em "cerca de metade" e "é assumida de forma clara e transparente".
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O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, admitiu na quinta-feira que a dívida da região deverá situar-se nos cinco mil milhões de euros, um montante idêntico ao passivo da Metro do Porto.
Para Jardim, a dívida regional "tem que ser tratada nas mesmas condições que a dívida do país", apontando que "é mais ou menos a do Metro do Porto, cinco mil e tal milhões" de euros.
Contactada pela Lusa para comentar as afirmações de Alberto João Jardim e esclarecer o montante da dívida da empresa, fonte da Metro referiu apenas que "o valor da dívida é, em 2011, de cerca de 2,5 mil milhões de euros".
A fonte da Metro acrescentou que esta "dívida resulta exclusivamente do investimento realizado e é assumida de forma clara e transparente em todos os relatórios e contas, que são públicos".
De acordo com o último relatório e contas da Metro do Porto, "à dívida contraída para pagar o investimento somam-se as dívidas contraídas para pagar a operação do sistema (250 milhões), gestão do projecto (65 milhões de euros) e encargos financeiros (365 milhões de euros), num total acumulado de 2,450 milhões de euros no final de 2010".
Na entrevista à RTP Madeira, o governante insular reafirmou que a acusação de que omitiu dados sobre a situação financeira às entidades competentes "é uma mentira que foi lançada" e que tem sido aproveitada pela comunicação social, sendo que o ministro da Finanças e primeiro-ministro "acreditaram na versão do INE (Instituto Nacional de Estatística)".
"Não houve ocultação, porque quando ficou pronto foi entregue. Não há ocultação, porque os senhores, pela boca do secretário regional do Plano e Finanças, vão saber o volume total que está a acabar de ser apurado, antes mesmo de Bruxelas ter o volume total de dívida, tudo, desde o cesto dos papéis, da Empresa de Electricidade, tudo" sublinhou.
Jardim voltou a salientar que optou por "aumentar a dívida" para fazer obra e evitar que a economia da região parasse, refutou as críticas de despesismo e garantiu que "o futuro da região estaria comprometido se não tivesse feito" o que fez.