“Estarei, como socialista convicto, a assistir ao comício do meu partido, como sempre fiz”. A promessa é de Narciso Miranda que, ao JN, acrescentou ter a esperança de que lhe seja “entregue em mão”, este sábado, uma carta com a decisão tomada sobre a sua expulsão do partido, garantindo que, até ontem, não foi notificado. Aliás, diz que a “rentrée” realiza-se a “cerca de 100 metros” da sua casa.
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Ontem, sexta-feira, enviou um requerimento ao presidente da Comissão Nacional de Jurisdição, com conhecimento ao secretário-geral, ao presidente do PS e à jurisdição distrital. Ao JN, disse que esperou até ao final de Agosto para receber qualquer aviso ou notificação.
“Venho requerer que me seja enviada notificação ou carta com cópia da decisão que, a meu respeito, terá sido tomada”, escreve. Diz-se “impedido de poder defender-se nos termos estabelecidos nos estatutos, na legislação” e “na Constituição”. Aliás, deverá recorrer ao Tribunal Constitucional procurando anular a decisão.
No requerimento, confirma os endereços “registados na base de dados do PS” e o email. E diz que, através dos mesmos, “se considerará devidamente notificado”. A partir daí, contestará a decisão.
Noutra carta, reafirma que nunca foi notificado ou contactado, que não lhe foi dada “hipótese de se defender” como obrigam os estatutos, e que a indicação de Guilherme Pinto como candidato violou os estatutos. Por isso, quer um processo sobre esta matéria e contra os dirigentes locais.
Questionado sobre se mantém a crítica de que o comício em Matosinhos é uma provocação, diz, pelo contrário, que será “um acto de homenagem e generosidade perante um militante” histórico.
Num recado a Narciso, Guilherme Pinto, presidente da Câmara, diz que “é ter um umbigo muito grande pensar que os comícios se fazem para chatear (o autarca)”. Para Renato Sampaio, líder distrital, a querela no concelho “é passado”.