O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel defende que o PSD deve viabilizar, através da abstenção, o Orçamento do Estado para 2011, "por questões patrióticas" e para "poupar os portugueses a uma crise ainda mais grave".
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Falando em Estrasburgo, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, que o impede de participar na reunião desta noite do Conselho Nacional do PSD consagrada ao Orçamento do Estado, Paulo Rangel disse que o seu partido deve lutar, até ao último instante, por um orçamento melhor, mas, "no final do dia, quando tiver mesmo que votar o orçamento", deve viabilizá-lo, tendo em conta os riscos que o seu chumbo acarretaria para o país.
Afirmando-se "totalmente ao lado da direcção do PSD quando tem posto uma pressão tremenda para que se faça uma redução da despesa e se alivie a carga fiscal absolutamente desmesurada que este orçamento tem", o antigo candidato à liderança dos sociais-democratas sustentou que, mesmo "em protesto e distanciado deste governo", o seu partido não pode contribuir para uma crise ainda pior.
De acordo com Paulo Rangel, um chumbo do orçamento abriria portas a "um ataque à dívida soberana", e consequente "risco de derrocada financeira e económica do Estado português e até do alastramento dessa situação à Zona Euro", o que deve ser evitado a todo o custo.
"Para poupar os portugueses a uma crise ainda mais grave do que aquela que o governo nos originou, eu recomendaria uma posição prudente de abstenção", declarou, sublinhando todavia que o PSD "não pode passar a mensagem que está a favor do aumento da despesa e deste regabofe orçamental", e que o faz apenas "por causas externas e em defesa de Portugal".