O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defende que a proposta de Orçamento para 2012 "traduz um esforço o mais equilibrado possível na distribuição dos sacrifícios", discordando do presidente da República, Cavaco Silva.
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Questionado pelos jornalistas, no final do Congresso da Ordem dos Economistas, em Lisboa, Pedro Passos Coelho sublinhou o seu empenho "em garantir o mais possível a união entre todas as instituições" e recusou "contribuir para alimentar qualquer polémica, ainda para mais com o senhor presidente da República".
No dicurso que fez frente à plateia repleta de economistas, Passos Coelho considerou que seria "imprudente agravar ainda mais a carga fiscal do sector privado".
Ainda a propósito das críticas feitas por Cavaco Silva aos cortes dos subsídios de férias e de Natal aplicados aos trabalhadores do sector público e aos pensionistas, o primeiro-ministro afirmou que o Presidente "conta com todo o apoio e colaboração do Governo", acrescentando: "E, estou convencido, o Governo continuará a contar com todo o apoio do senhor presidente da República".
O primeiro-ministro, que falava no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), começou por recusar responder às críticas do chefe de Estado, considerando que "o país atravessa uma situação suficientemente delicada para que o primeiro-ministro esteja empenhado em garantir o mais possível a união entre todas as instituições".
Questionado depois se informou Cavaco Silva da intenção do Governo de cortar os subsídios de férias e de Natal, Passos Coelho respondeu: "O presidente da República e o primeiro-ministro conversam regularmente todas as semanas, de resto, sobre todas as matérias que são importantes e relevantes. Como é de praxe, o teor dessas conversas não é revelável".
Interrogado se lhe foi indicado "outro caminho", o primeiro-ministro alegou já ter respondido a essa questão. "Mas quero voltar a dizer, para que não haja uma sombra de dúvida: Nunca ninguém contará comigo para, em especial em momentos de tantas dificuldades como este, estar a contribuir para alimentar qualquer polémica, ainda para mais com o senhor presidente da República", acrescentou.
"Só teremos cumprido o nosso programa quando tivermos colocado a economia portuguesa numa trajectória de crescimento sustentável e com oportunidades abertas a todos", completou o primeiro-ministro.