O primeiro-ministro defendeu, esta sexta-feira, que a economia portuguesa se transformou de forma mais acentuada do que o previsto nos últimos dois anos e meio, tornando-se mais exportadora, e considerou que este é um "momento histórico".
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Durante o debate quinzenal, na Assembleia da República, Pedro Passos Coelho disse que o Governo PSD/CDS-PP assumiu funções em 2011 com o objetivo de lançar "reformas estruturais que implicassem a redução dos setores protegidos" e "a diminuição das rendas que eles facultavam" para tornar a economia portuguesa "mais aberta, mais exportadora, menos comandada pela procura interna, mais comandada pela procura externa".
Segundo o primeiro-ministro, "esta transformação ocorreu, de facto, a um passo acelerado e conseguiu antecipar em vários anos aquilo que representava uma meta desejável, se não obrigatória para a economia portuguesa" em termos de "posição excedentária perante o exterior".
"Estamos a viver um momento histórico que o país procurou praticamente desde que aderiu à EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre) ainda durante os anos 60 e depois quando aderiu à CEE (Comunidade Económica Europeia) e, ulteriormente, à União Europeia, formulou o desejo de se tornar uma economia mais europeia, uma economia social de mercado mais aberta ao exterior, incorporando maior riqueza nacional e dessa maneira oferecendo maiores oportunidades para todos", considerou.
Passos Coelho assinalou "a posição excedentária" que Portugal atingiu em relação ao exterior: "Trimestre após trimestre, vem-se confirmando, quando olhamos quer para a balança de capital, quer para a balança corrente, quer para a balança corrente e de capital, que a posição excedentária da economia portuguesa no seu todo se foi consolidando".
"A projeção para os anos subsequentes apresenta um resultado que em 2011 não parecia ser possível atingir antes de 2016 ou 2017", acrescentou.
O primeiro-ministro referiu-se depois aos indicadores de confiança e à evolução do produto, sustentando que mostram "uma inflexão da atividade económica" e que a "tendência recessiva da economia" está ultrapassada.
"Mas, mais importante do que isso", prosseguiu, "é reconhecer a importância de conseguirmos em resultado das exportações e, portanto, do setor mais competitivo da economia portuguesa, um resultado que não estava no Programa de Assistência Económica e Financeira previsto senão para depois de 2016".
Passos Coelho reiterou que a ambição de "ter uma economia mais exportadora, mais acrescentadora de valor nacional" está a ser concretizada: "Esses resultados nós estamos a atingir ao cabo de dois anos e meio de programa assistência".
O primeiro-ministro mencionou que as exportações deverão "continuar a crescer acima de 5% em 2014 e 2015".
"Há uma política económica que tem vindo a ser conduzida e que tem permitido e facilitado este ajustamento estrutural da nossa economia", sustentou.
Passos Coelho terminou o seu discurso declarando que é preciso "impulsionar estes resultados para o futuro e, de preferência, ainda ampliá-los" tornando a economia portuguesa "ainda mais exportadora", reduzindo "ao mínimo os setores protegidos na sociedade portuguesa" e pondo "termo a rendas que durante anos penalizaram os portugueses de uma forma injusta".