O PCP considerou, esta terça-feira, que a decisão da leiloeira Chiristie's de cancelar a venda das obras de Joan Miró abre espaço para reavaliar a opção pela alienação do Governo que "é ilegítima" e "contrária ao interesse nacional".
Corpo do artigo
Estas críticas foram feitas pelo deputado comunista Miguel Tiago em conferência de imprensa no parlamento, depois de a leiloeira Christie's ter anunciado o cancelamento da venda dos 85 quadros de Joan Miró provenientes da coleção do ex-Banco Português de Negócios (BPN).
"Este comunicado da leiloeira comprova as questões com que o PCP confrontou o Governo, mas também o PSD e CDS, sobre a legalidade e a moralidade da venda desta coleção de obras. Era uma má decisão, com várias manchas e tomadas num ambiente demasiado opaco", apontou o deputado do PCP.
Segundo Miguel Tiago, "a própria leiloeira percebeu que não estava em condições de assegurar aos seus clientes a transparência no negócios e as garantias necessárias num negócio desta dimensão".
"Esta decisão, apesar de vir da leiloeira e não do Governo, permite reverter uma venda que seria ilegítima, ilegal e contrária ao interesse nacional quer do ponto de vista económico, mas também dos pontos de vista cultural e político. A suspensão ou cancelamento da venda por parte da leiloeira abre espaço ao PCP e a todos os que estão interessados em manter as obras no país à disposição dos portugueses", acrescentou o deputado do PCP.
Confrontado com as críticas do PSD aos obstáculos colocados pelas forças da oposição à venda das obras de Miró, Miguel Tiago deu uma resposta sintética: "A oposição está cá para isso".
"O PSD se calhar preferia que não houvesse oposição", comentou o deputado do PCP.