O líder do CDS-PP questionou hoje, sexta-feira, o primeiro-ministro sobre "o valor que dá à palavra dada", confrontando José Sócrates com o aumento dos impostos, e questionou a legitimidade de o Governo aprovar a medida por mero despacho.
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"Há 15 dias, eu fiz-lhe uma pergunta, se o senhor ia aqui trazer um pedido de subida do IVA e o senhor saiu daqui todo satisfeito a dizer que não há IVA que suba. Quinze dias depois estamos no Parlamento, subiu o IVA, e agora vão subir as taxas do IRS. Qual é o valor que dá à palavra com que se compromete com os eleitores?", questionou.
Numa primeira intervenção no debate parlamentar da moção de censura apresentada pela bancada do PCP, Paulo Portas criticou a opção do executivo de aumentar as taxas de IRS "por despacho", questionando José Sócrates se "se sente democraticamente confortável" com a situação.
"Se sente cómodo, democraticamente confortável com o facto de fazer um aumento de impostos por despacho. Alterar uma tabela de retenção na fonte por despacho, que não pode ser sindicado pelo Parlamento, pelo Presidente da República", criticou.
Portas referiu que no dia 2 de Junho o Parlamento vai debater as medidas adicionais do executivo depois de já ter entrado em vigor, a 1 de Junho, o aumento da tributação do IRS "por despacho".
Para o líder do CDS-PP, "o que mais maça e indigna as pessoas" é que o primeiro-ministro "não tenha a humildade de reconhecer que não foi capaz de cumprir os seus compromissos".
Paulo Portas questionou ainda o primeiro ministro sobre a decisão de cortar 5% nos salários dos gestores e dos políticos, lembrando que o CDS-PP tinha proposto um corte maior há três meses.
"Na altura, chamaram-me populista e demagogo", frisou o líder do CDS-PP.