Pedro Passos Coelho espera chegar a um entendimento com o PS, até abril. É muito importante "procurar um entendimento o mais alargado possível", defendeu, este sábado, em Bragança.
Corpo do artigo
"Podemos obtê-lo ou não", mas "o país não deixará de prosseguir o seu caminho se esse entendimento não for alcançado", sublinhou. Todavia, reiterou que se fará "um caminho melhor se tivermos esse entendimento, pelo que devemos procurá-lo".
É importante que, quer do lado do Governo quer do maior partido da oposição, estas manifestações de intenção, que têm ocorrido de parte a parte, sejam traduzidas por trabalho em concreto "que possamos fazer mais discretamente ou mais abertamente", acrescentou.
Este acordo é fundamental para chegar a um objetivo que passa pelo país se financiar a taxas mais favoráveis. "Isto é para pagar menos juros pelo dinheiro que precisamos para financiar a economia nacional, precisamos de inspirar confiança aos investidores", referiu.
Para chegar à confiança dos investidores, o primeiro-ministro considera que se tem de demonstrar o compromisso em reduzir o défice e em evitar que dívida do Estado continue a aumentar, o que só é possível se, em vez de défices, tivermos excedentes orçamentais. "O que implica ter uma previsão de crescimento para a economia que gere uma receita fiscal mais abundante, sem aumentar os impostos, até num quadro que seja possível aliviar a longo e médio prazo essa carga. Em contrapartida temos de ter uma despesa menor do que aquela que temos hoje, ora isso implica ter um acordo sobre a evolução da despesa", explicou.
Passos Coelho afirmou que o líder do PS, António José Seguro, já em diversas vezes se mostrou disponível para que o seu partido "se comprometesse externamente com uma evolução da despesa no médio prazo" e que o Governo tem o mesmo objetivo. "Se poderemos ter um entendimento sobre isso a tempo de o Governo remeter, quer para o parlamento quer para a Comissão Europeia, o documento de estratégia orçamental que fixa esses objetivos até 2017, e ao mesmo tempo referindo os meios ou as medidas essenciais que garantirão esses resultados, eu creio que o país tem tudo a ganhar", justificou.