Os socialistas acusaram, esta sexta-feira de manhã, no Parlamento, o Governo de destruir quase 53 mil postos de trabalho na agricultura e de celebrar um milagre agrícola que não aconteceu, depois de a ministra do setor, Assunção Cristas, ter anunciado, entre outras medidas, a simplificação do regime fiscal para os agricultores, numa sessão solene no âmbito do Ano Internacional da Agricultura Familiar.
Corpo do artigo
Ao JN, o deputado socialista Miguel Freitas lamentou que o Governo tenha chumbado, há um ano, uma proposta que o partido apresentou de simplificação fiscal para os agricultores e que venha agora reconhecer que o diploma tinha toda a utilidade. "Demorou um ano a perceber! É preciso lembrar que os agricultores vivem esmagados entre o mercado e as políticas fiscais deste Governo", acusou.
Segundo o PS, apesar de um desempenho "muito interessante" do setor exportador agroalimentar, verificou-se um novo agravamento do saldo da balança comercial (mais 76 milhões de euros), o que "contraria o excesso de euforia do Governo".
Notam ainda que, nos dois últimos anos, o crescimento das exportações foi da ordem dos 6,5%. Mas vincam que o crescimento das exportações do setor agroalimentar entre 2010 (11%) e 2011 (13%), foi o dobro do crescimento conseguido em 2012 (6%) e 2013 (7%).
Por outro lado, os socialistas sublinham que é pouco o contributo do Governo para as estatísticas, ao lembrarem que as principais fileiras que contribuem para o aumento das exportações são o vinho, o olival e as frutas, que necessitam pelo menos de quatro anos para entrar em produção.
Miguel Freitas aponta ainda as questões relacionadas com o emprego na agricultura. "Trata-se da maior destruição de emprego no quarto trimestre, face ao trimestre anterior: 48800". E face ao trimestre homólogo, a agricultura destruiu 52800 empregos", sublinha.