O deputado do PSD Carlos Abreu Amorim acusou, estao PS de fazer "baixa política" referindo-se à providência cautelar dos socialistas e consequente cancelamento do leilão de arte proveniente do banco BPN, entretanto nacionalizado.
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"O grupo parlamentar do PSD vem repudiar de forma significativa e cabal a atitude do PS que, desresponsabilizando-se daquilo que em muito tem a responder e não foi até agora respondido sobre a nacionalização do BPN, vem, neste momento, tentar fazer política baixa, numa situação que decorre da privatização do BPN e de todos os efeitos perversos que daí advieram", declarou, nos Passos Perdidos do Parlamento.
A leiloeira britânica Christie's cancelou, esta terça-feira, a venda de 85 obras plásticas do artista catalão Joan Miró provenientes da coleção do banco português BPN, entretanto nacionalizado.
Em comunicado, os responsáveis daquela casa de licitações justificam o cancelamento pela "disputa nos tribunais portugueses", na qual "não é parte interessada".
"Aquilo que estava a ser feito em relação aos quadros Miró era uma situação que não foi imprevista nem precipitada. Era uma situação já declarada e anunciada há muito tempo e visava atenuar esses tremendos prejuízos", continuou Abreu Amorim.
Para o parlamentar social-democrata, o PS teve a intenção de "fazer política, criar barulho e uma nuvem de fumo para que não se voltasse a perceber que tudo isto decorre de uma nacionalização que não devia ter acontecido, nem no tempo nem no modo", frisando "o prejuízo acumulado, que mais do que triplicou".
O Tribunal Administrativo de Lisboa rejeitou uma providência cautelar interposta pelo PS para impedir o leilão da coleção de arte de Miró se realizasse, esta terça e quarta-feira, em Londres.
Segundo o despacho, "aquilo que se apurou foi que quem adquiriu as 85 obras foram duas sociedades anónimas de capitais exclusivamente públicos, concretamente, a Parvalorem, S.A. e a Parups e não o Estado".