O conselheiro nacional social-democrata António Nogueira Leite acusou hoje, sexta-feira, o Governo de ameaçar demitir-se por querer um novo aumento de impostos, mas afirmou que "o PSD tem esperança que possa haver Orçamento aprovado".
Corpo do artigo
Em conferência de imprensa, na sede social-democrata, em Lisboa, Nogueira Leite reagiu, em nome do PSD, à declaração feita pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, na quinta-feira à noite, segundo a qual o Governo não terá condições para governar se o Orçamento do Estado para 2011 for chumbado.
"O Governo, através do ministro da Presidência, está a dizer aos portugueses que se demite se não houver um novo aumento de impostos", declarou Nogueira Leite.
O conselheiro do PSD lembrou que negociou, em Maio, com o ministro das Finanças as medidas adicionais para redução do défice acordadas entre o PSD e o Governo e que estas já incluem um acréscimo de impostos para 2011 no valor de 2,4 mil milhões de euros.
O Governo "tem uma caução política sem paralelo, e o que é que está a fazer dessa caução política e do dinheiro adicional dos portugueses? Está a desperdiçá-lo e a pedir nova caução e novo sacrifício aos portugueses", criticou.
"Os portugueses sabem que vir pedir, neste momento, com a economia nesta situação, um novo aumento de impostos sobre o aumento de impostos que já vamos ter para o próximo ano, é absolutamente despropositado e é uma falta de respeito absoluta pelos contribuintes portugueses e pela economia portuguesa", reforçou Nogueira Leite.
No entanto, acrescentou, "o PSD tem esperança que possa haver Orçamento aprovado".
Recusando um novo aumento de impostos, considerou que "há margem para entendimento" se o Governo fizer "o que prometeu há quatro meses e o que todos os governos da União Europeia estão a fazer", que é cortar na despesa.
Nogueira Leite alegou que a redução da despesa aprovada com o apoio com o PSD não está a ser executada.
"O PSD e eu temos esperança de que o Governo ainda encontre uma réstia de ânimo, uma réstia de vontade, uma réstia de orgulho e uma réstia de responsabilidade para fazer o que tem de fazer para cumprir os acordos que fez com os portugueses e com os nossos parceiros da União Europeia e que não venha, mais uma vez, pedir sacrifícios adicionais", rematou.