As associações sindicais da PSP e da GNR congratularam-se, esta quarta-feira, com a intenção do Governo em aproveitar instalações dos extintos governos civis para instalar as forças de segurança, considerando que esta seria uma forma de "poupar dinheiro".
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Na terça-feira, o secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo D'Ávila, disse ser intenção do Governo que as instalações dos extintos governos civis "possam ser aproveitadas" para as forças de segurança e serviços do Ministério da Administração Interna, como a Autoridade Nacional de Protecção Civil e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Em declarações à Agência Lusa, o presidente da Associação Sócio-Independente da Guarda (ASPIG-GNR), José Alho, disse estar "muito satisfeito" com esta decisão do Governo que, além de resolver o problema ao nível das instalações, ajudaria a poupar milhões de euros.
"Estamos contentes mas, ainda é possível fazer mais, por isso sugerimos que o Governo aproveite outros edifícios que estão desactivados ou abandonados para o mesmo efeito. Bastava um acordo entre os ministérios da Defesa e da Administração Interna para que muitos edifícios das forças armadas que estão abandonados fossem usados pelas forças de segurança a título de empréstimo", disse.
Veículos apreendidos
O presidente da ASPIG sugeriu ainda que o Governo altere a lei para que as centenas de veículos apreendidos, por exemplo no combate ao tráfico de droga no Algarve, sejam cedidos às forças de segurança.
"Centenas de veículos topo de gama, pesados e ligeiros de passageiros completamente novos estão a apodrecer e poderiam ser usados pelas forças de segurança", adiantou José Alho, lembrando que a frota automóvel das unidades de trânsito em especial estão "numa lástima", não havendo dinheiro para as arranjar ou comprar novos veículos.
"Rendas consideráveis"
Também o presidente da Associação de Profissionais da Guarda, José Manageiro, considerou em declarações à Lusa que "todas as soluções que visem melhorar os serviços da GNR são bem-vindas".
"É positivo. Como sabemos existem muitas instalações da GNR degradadas e, por isso, qualquer solução que minimize o problema é positivo", salientou.
Por seu turno, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, disse à Lusa estar de acordo com a intenção do Governo, considerando que extintos governos civis têm boas instalações. "Nós temos uma série de instalações que não têm condições, isso é amplamente conhecido. Por isso, vemos a notícia com bons olhos", salientou.
"O nosso pior cenário ao nível das instalações é em Lisboa e no Porto, os dois maiores comandos mas, nos pequenos, no interior, tirando uma ou outra situação até têm instalações razoáveis", disse.
No entender de Paulo Rodrigues esta poderia ser uma forma de melhorar as condições sem gastar dinheiro, uma vez que a polícia tem instalações alugadas, estando o Estado a pagar "rendas consideráveis".