UGT destaca como "grande novidade" dos dados do desemprego no segundo trimestre a ultrapassagem da "barreira mítica" dos 500 mil desempregados. CGTP acrescenta que é "o valor mais elevado desde o 25 de Abril".
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Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego atingiu os 9,1 por cento no segundo trimestre de 2009, o que representa um agravamento face aos 8,9 por cento do primeiro trimestre do ano.
"A grande novidade destes dados é que o desemprego ultrapassou a barreira mítica dos 500 mil desempregados [para um total de 507 mil], de resto não há nada de especial, há uma estabilização, com um ligeiro aumento", afirmou João Proença em declarações à Agência Lusa.
Para a UGT, os números agora alcançados são significativos num país como Portugal, "que tradicionalmente tinha um desemprego baixo, na ordem de metade da média da União Europeia, e neste momento está praticamente ao nível europeu".
"Estamos muito preocupados com o que pode acontecer a seguir ao Verão, devido à diminuição das actividades conjunturais e às muitas empresas em dificuldades que não reabrirão após as férias", confessou.
"Valor mais elevado desde o 25 de Abril"
A CGTP salienta que o desemprego atingiu "o valor mais elevado desde o 25 de Abril" em Portugal. "É das situações mais graves registadas após o 25 de Abril em termos de desemprego", afirmou Maria do Carmo Tavares, da Comissão Executiva da CGTP.
Considerando preocupante o facto de já ter sido ultrapassada a barreira dos 500 mil desempregados, a sindicalista realçou que "tem havido falhas nas políticas do Governo" e defendeu a aposta noutro tipo de políticas que "criem emprego", argumentando que "em vez de propaganda é preciso ir ao real, ao concreto e é preciso criar emprego".
"A economia é muito débil e com uma situação de 500 mil desempregados, provavelmente, irá empobrecer ainda mais as famílias e provocar situações de exclusão social", considerou a responsável.
A CGTP considera que "se não houver mudanças das políticas económicas e sociais, o país vai aprofundar este agravamento que tem tido nos últimos tempos".
"Não há crescimento de emprego, não há crescimento da economia, segundo demonstram estes números. Apresar de se ter referido quinta-feira um crescimento da economia, hoje é bem demonstrativo de que a situação real não é essa e os jovens são os mais atingidos", acrescentou Maria do Carmo Tavares.