O sorteio ditou que Passos Coelho irá encerrar as duas rondas de discursos dos quatro candidatos à liderança de no primeiro dia do XXXII congresso do PSD. A deslocação de Marcelo a Mafra continua um enigma a par do que será o resultado das directas de dia 26.
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Embora se inicie de manhã, só ao final da tarde, cerca das 18.30 horas, o XXXII Congresso do PSD começará a aquecer com as intervenções dos quatro candidatos à liderança. O pontapé de saída é dado por Castanheira Barros, seguindo-se Paulo Rangel, José Pedro Aguiar-Branco e Pedro Passos Coelho, cujo discurso deverá coincidir com o horário dos noticiários televisivos.
Os concorrentes à presidência do partido só voltarão à tribuna do conclave à meia-noite para uma breve ronda de 10 minutos cada, iniciada por Aguiar-Branco, antes de Rangel, Castanheira Barros e Passos Coelho.
Com as sondagens a dar vantagem a Passos Coelho - que conta com o apoio de Ângelo Correia, Paulo Teixeira Pinto, Fernando Ruas e Horta e Costa, entre outros - Paulo Rangel surge em segundo, nas intenções de voto dos cerca de mil delegados.
Para o eurodeputado Mário David, apoiante de Rangel - como Miguel Veiga, António Borges, António Capucho e Paulo Mota Pinto, entre outros -, esta é uma extrapolação que "não pode ser feita", uma vez que as candidaturas não apresentaram listas de delegados, nem o congresso tem carácter electivo.
É, no entanto, importante e uma oportunidade para "o povo social-democrata" - presente no Pavilhão Polidesportivo de Mafra e, sobretudo, fora dele -, poder confrontar os estilos e as ideias através das emissões televisivas.
Aguiar-Branco - que regista entre os apoiantes Pinto Balsemão, Rui Rio, Mota Amaral e e Alexandre Relvas - esteve ontem durante todo o dia, na qualidade de líder do grupo parlamentar, na discussão e votação final do Orçamento do Estado para 2010, no Parlamento, tendo pouco tempo para a preparação do debate nocturno, a três, na SIC-Notícias.
Quem não precisa sequer de se deslocar a Mafra para ser falado é o ex-líder do partido Marcelo Rebelo de Sousa. Uma incógnita que levou, ontem, o ex-secretário-geral Ribau Esteves, a vaticinar que o professor não irá aparecer.
Ontem, os directores de campanha concordaram em reduzir os trabalhos ao dia de hoje. "Para concentrar as atenções". Ficando a discussão política para a tarde e noite.
O arranque será feito com o debate das três propostas de alteração estatutária. A subscrita por Santana Lopes defende que o líder seja eleito em directas, no congresso, com hipótese de uma segunda volta, não se aplicando ao sufrágio de dia 26. A dos autarcas, como António Capucho, também advoga uma segunda volta, quando não há maioria absoluta.