UGT diz que aumento do salário mínimo não cria emprego mas não tem consequências negativas
O secretário-geral da UGT, João Proença, vê com "muitas preocupações" as declarações do primeiro-ministro sobre o aumento do salário mínimo nacional, sublinhando que se trata de uma medida sem "quaisquer consequências negativas sobre o emprego".
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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta quarta-feira, no debate parlamentar quinzenal, que, quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, "a medida mais sensata que se pode tomar é exatamente a oposta" ao aumento da remuneração mínima e destacou que foi isso que a Irlanda fez, ou seja, baixar o salário mínimo nacional.
"O aumento do salário mínimo não tem como objetivo aumentar o emprego, mas temos a noção que não tem quaisquer consequências negativas sobre o emprego", afirmou o líder da União Geral de Trabalhadores (UGT), sublinhando que se trata de "um objetivo de justiça social, de combate às desigualdades e de combate à pobreza".
Interrogado sobre como olha para as declarações de hoje do primeiro-ministro, na Assembleia da República, João Proença disse que isso "levanta muitas preocupações", porque "parece vir na linha de que o fundamental para o Governo é obedecer às ordens da 'troika'".
"Temos a convicção plena de que a 'troika' está contra o aumento do salário mínimo, [mas] temos também a convicção plena que o Governo português devia defender o aumento do salário mínimo", acrescentou João Proença.