CDS pergunta a Passos se há mais tempo para cortar despesa mas fica sem resposta
O CDS-PP voltou, esta quarta-feira, a defender no parlamento mais tempo para pagar os empréstimos europeus e para reduzir o défice, e questionou o primeiro-ministro se o prazo para cortar 4.000 milhões também pode ser alargado, mas ficou sem resposta.
Corpo do artigo
"Entende ou não o senhor primeiro-ministro que a redução do défice mais faseada poderá vir a ser uma realidade ao mesmo tempo que do ponto de vista do reembolso da dívida também um prazo de reembolso maior, se podemos ou não, com a credibilidade que conquistámos e só a conquistámos porque cumprimos, podemos aspirar a uma redução despesa permanente que também é necessária, de forma mais faseada", questionou Nuno Magalhães no debate quinzenal.
A pergunta do líder parlamentar democrata-cristão acabou no entanto por não ter resposta de Pedro Passos Coelho, que entre outros temas, optou por responder com uma explicação sobre a necessidade de o país se focar na melhoria do seu défice estrutural como forma de ser visto como cumpridor.
O CDS-PP defendeu novamente que Portugal pode pensar em ver os prazos para o pagamento de alguns empréstimos europeus, no âmbito do empréstimo internacional, serem alargados tal como pedido pelo ministro das Finanças na reunião do Eurogrupo de janeiro, e que a redução do défice seja mais faseada (algo que passou a ser defendido recentemente em público pelo próprio Vitor Gaspar) devido à "credibilidade e confiança" garantidas por Portugal com o cumprimento do programa.
"É verdade que com credibilidade e com confiança externa é possível pensar que os prazos para reembolso da dívida podem ser repensados e a redução do défice português possa ser mais faseada, tendo em atenção uma conjuntura económica que se agravou, e um desemprego que aumenta de forma preocupante", disse Nuno Magalhães durante uma intervenção no plenário desta tarde.
O líder parlamentar do CDS-PP afirmou ainda que no entender do partido o país está no ponto mais difícil do programa de ajustamento, e que não será com sucessivos protestos que a situação se vai resolver.
"Sabemos as dificuldades, não as negamos. São muitas. Como já disse, provavelmente estamos na fase mais difícil do nosso período de ajustamento, mas não é de protesto em protesto, nem com vender ilusões de outrora, quimeras de outrora que levaram Portugal a pedir um resgate, o terceiro em trinta anos, que podemos dela sair, é com a apresentação de propostas concretas, credíveis", disse o deputado.