Paulo Rangel, o cabeça de lista da coligação PSD-CDS, afirmou, durante a reunião do Conselho Nacional do PSD, que o objetivo da "Aliança Portugal" é ganhar as eleições, assumindo, no entanto, que este é um "objetivo difícil". Reconheceu ainda as qualidades do seu adversário mais direto - o socialista Francisco Assis -, garantindo que terá o "maior gosto em defrontá-lo". Quanto à lista que lidera, classificou-a como eclética.
Corpo do artigo
Tal como Pedro Passos Coelho já tinha anunciado aos conselheiros, no início da reunião, o contexto em que a "Aliança Portugal" vai a votos é difícil, mas Rangel mostrou-se otimista e garantiu que parte para o combate eleitoral para ganhar as eleições e, se possível alcançar mais mandatos.
Confirmou depois, um a um os nomes que já foram divulgados pela Imprensa e justificou as escolhas. Referiu-se ao ex-autarca e número dois, Fernando Ruas, como um senador da República. Sofia Ribeiro, indicada pelo PSD/Açores, a número três, "é uma sindicalista", o que revela, para Paulo Rangel, "a prioridade que a coligação dá às questões sociais".
O quinto lugar - o quarto pertence ao centrista Nuno Melo - foi entregue a Carlos Coelho, que se mantém como eurodeputado, e ao qual chamou "senhor Schengen" pela experiência acumulada nas políticas de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas.
A José Manuel Fernandes, que se mantém em Bruxelas, ocupando o sétimo lugar na lista conjunta, chamou-o "rising star" e "senhor orçamento", por ter gerido o braço de ferro entre o Conselho e o Parlamento no bloqueio de fundos. A sexta posição, indicada pelo PSD-Madeira, é preenchida pela deputada Cláudia Aguiar, para representar a juventude.
Mendes Bota, Fernando Costa, Joana Barata Lopes, Mercês Borges e Luís Viegas, entre o nono e o décimo terceiro lugares, ajudam a equilibrar a lista do ponto de vista regional.
O cabeça de lista fez questão de frisar que a lista tem representantes das duas regiões autónomas e "mais do que cumpre as quotas", no que respeita à lei da paridade. Diz mesmo que é uma lista "eclética" do ponto de vista geracional, respeitando ainda os equilíbrios regionais, de competências e combina continuidade com renovação.
Convite a Jardim é "pergunta virtual"
Questionado sobre o convite feito a Alberto João Jardim para número dois da lista,afirmou que não respondia "a perguntas virtuais", comparando a construção de uma lista a um puzzle e que é normal "fazer e refazer convites".
As sondagens têm apontado para a eleição de oito eurodeputados. Tudo dependerá de duas importantes variáveis: a dimensão do "castigo" a dar pelos portugueses à política de austeridade do Governo e à abstenção.
Que mulher vai o CDS-PP escolher?
Confirmados os nomes que concorrem com a sigla "Aliança Portugal", permanece apenas a dúvida em torno do oitavo lugar, uma posição de risco entregue ao CDS e que está ainda em aberto. Sabe-se que será uma mulher - Cecília Meireles, Teresa Caeiro e Teresa Anjinho são os nomes que estão em cima da mesa - mas o líder do partido, Paulo Portas, deverá resguardar a escolha até à reunião do Conselho Nacional dos centristas, durante a semana.
Abandonam Bruxelas, os eurodeputados Graça Carvalho, Mário David, Nuno Teixeira, Maria do Céu Patrão Neves e Regina Bastos.