<p>Tribunal considerou credíveis os depoimentos de irmãos e de amigos da vítima mortal.Escutas telefónicas, ida ao local do crime e exames balísticos também tiveram influência. Veja o vídeo.</p>
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Os juízes que condenaram, ontem, Bruno "Pidá" a 23 anos de prisão e outros três arguidos a penas até 22 anos consideraram as declarações de testemunhas a "prova-raínha" para esclarecer o homicídio do segurança Ilídio Correia. Escutas telefónicas e balística também contribuíram para a decisão.
Os depoimentos de irmãos e de amigos de Ilídio Correia, que o acompanhavam na madrugada fatal, foram classificados, pelo tribunal, como "credíveis", porque "a comoção não turvou o rigor e em que cada um contou, a partir do lugar onde se encontrava, o que viu e quem viu". Nesse sentido, colocaram, "sem qualquer dúvida", Bruno Pinto ("Pidá"), Mauro Santos, Fernando Martins ("Beckham") e Ângelo Ferreira ("Tiné") no local do crime.
O acórdão sublinha como importante o facto de arguidos e vítimas se conhecerem bem. "Não se trata assim de reter um rosto de alguém que se está a ver pela primeira vez, mas de reconhecer pessoas que se conheciam já", refere. Igualmente tido em conta foi o testemunho "isento e coerente" de uma moradora que disse ter visto, da janela de casa, Bruno a apontar uma arma e a disparar.
Por outro lado, a deslocação dos magistrados à Rua de Miragaia, onde o segurança foi abatido, também contribuiu para apurar que as condições de visibilidade são suficientes para ser possível a identificação dos atiradores (o homicídio ocorreu de madrugada) que se encontravam na Rua Nova da Alfândega, a um plano superior.
Já a análise das chamadas telefónicas entre alguns dos arguidos e das localizações celulares dos telemóveis na noite do crime foi entendida como "concordante" com a prova testemunhal. Quanto aos exames de balística, levaram a concluir que houve o recurso a, pelo menos, quatro armas de fogo - ainda que não tenha sido possível apurar a arma em concreto que cada um utilizou. Ficou claro que uma das pistolas, de calibre 7,65 mm, foi usada em dois tiroteios: em Miragaia e na Ribeira.
No caso do assassinato de Ilídio Correia, em Novembro de 2007, o tribunal reiterou que os quatro arguidos - e um quinto elemento que não foi identificado, uma vez que Fábio Barbosa foi absolvido - montaram uma "autêntica emboscada" às vítimas e efectuaram disparos "de forma intensa e sequencial", só não alvejando os amigos e irmãos de Ilídio por mero acaso.
Referindo-se a "Pidá", o tribunal frisou a "personalidade agressiva e conflituosa, que lida muito mal com a frustração", lembrando que "a razão próxima" de toda a violência e do conflito com os irmãos Correia se deveu a ele ter sido "mandado sair de um estabelecimento de diversão nocturna". Em concreto, a discoteca La Movida, no Porto, cujo incidente é visto pelos juízes como "só a ponta visível de um icebergue" relacionado com "negócios" e "domínios" associados à noite.
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