As autoridades sanitárias alemãs levantaram, esta sexta-feira, a recomendação contra o consumo de pepino, tomate e salada, depois de se adensarem os indícios de que a origem do surto infeccioso da bactéria E.coli são os rebentos de soja.
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"Ainda não podemos apresentar provas definitivas, mas é possível agora limitar as buscas da variante mais perigosa da bactéria aos rebentos", disse, hoje, em Berlim, Reinhard Burger, presidente do Instituto Robert Koch (RKI), agência federal de combate a doenças.
Pano de fundo das novas conclusões foi a relação estabelecida entre as infecções com E.Coli e os rebentos vegetais distribuídos por uma empresa de BienenBuettel, na Baixa Saxónia, cujas instalações vão continuar seladas, revelou a ministra da agricultura, Ilse Aigner.
Apesar das numerosas análises laboratoriais feitas a diversos lotes de rebentos, os peritos não tinham conseguido ainda encontrar a estirpe 0104:H4 da E.coli, causadora da chamada Síndrome Hemolítica Urémica (HUS), principal causadora das 29 mortos ocorridas na Alemanha nas últimas semanas.
O RKI manteve as recomendações para não se comerem rebentos vegetais crus, e continua a examinar, em conjunto com outras autoridades sanitárias nacionais e regionais, as vias de abastecimento e consumo dos produtos saídos da exploração agrícola de BienenBuettel.
Entretanto, o ministro federal da saúde, Daniel Bahr, voltou a mostrar-se optimista quanto à possibilidade de conter a epidemia de E.coli, que já contaminou mais de 2800 pessoas, 722 das quais contraíram HUS.
"O pior já passou, mas ainda temos de nos manter alerta", disse Bahr à televisão pública ZDF, sublinhando que o número de novos contágios com a bactéria tem estado a regredir nos últimos dias.