O Governo aconselhou, esta sexta-feira, os consumidores a mandarem picar a carne no ato da compra e adiantou que as autoridades de segurança alimentar e veterinária vão intensificar as fiscalizações em cuidados e parâmetros higieno-sanitários.
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Em declarações à agência Lusa, a propósito do estudo da Deco que desaconselha o consumo de carne picada vendida a granel, por considerar que esta pode causar problemas de saúde pública, o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação, Nuno Vieira e Brito, disse que ainda não teve acesso ao estudo, mas assegurou que o Governo vai mandar fazer analises comparativas e aumentar a fiscalização.
"Ainda não recebemos o estudo, mas quando isso acontecer vamos analisá-lo. Entretanto, aconselhamos as pessoas a levar a cabo duas medidas essenciais: mandar picar a carne no momento da compra e ter cuidados na sua confeção", salientou o responsável.
A Deco desaconselhou o consumo de carne picada vendida a granel por considerar que esta pode causar problemas de saúde pública e reivindicou maior fiscalização por parte da ASAE e nova legislação para os talhos.
A associação de defesa do consumidor fez um estudo com base em amostras de carne picada vendida a granel em 34 talhos das zonas da Grande Lisboa e do Grande Porto e referiu "resultados alarmantes" na área da saúde pública e da higiene e conservação.
O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar realçou que "existem outros estudos e análises" da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária a considerar.
"Vamos intensificar a fiscalização relativamente à parte da microbiologia e da qualidade dos estabelecimentos e faremos análises comparativas com base nos resultados totais. Iremos com certeza verificar se os nossos sistemas estão a ser bem implementados e se não estiverem vamos ajustar o que for preciso", disse.
Apesar disso, Nuno Vieira e Brito considera que uma amostragem de 34 talhos em Lisboa e no Porto "não parece ser suficiente para quaisquer medidas suplementares" que tenham de ser feitas de imediato.
"Não vamos tomar medidas precipitadas sem ter dados concretos. Primeiro vamos analisar bem e em concreto o conjunto de informação que recebemos para então tomar as medidas corretas", disse.
A Deco disse que já entregou os resultados do estudo à secretaria de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar e aos grupos parlamentares para que seja produzida legislação no sentido de proibir a venda a granel de carne previamente picada.
Associação defende que seja retomada a prática da década de 90 em que a carne só podia ser picada à vista e a pedido do consumidor.