Os sindicatos de professores que se deslocaram esta quinta-feira de manhã ao Ministério da Educação para tentar negociar a chamada mobilidade especial regressam à mesa negocial pelas 20 horas, para uma tentativa de acordo que evite a greve.
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Dirigentes das organizações representativas dos professores disseram à agência Lusa que as negociações foram suspensas, tendo ficado agendada nova reunião para mais tarde, numa tentativa de introduzir melhorias às propostas apresentadas pelo Governo, uma informação que foi confirmada pelo ministério.
A Pró-Ordem, que não chegou a entregar pré-aviso de greve, admite não aderir à paralisação às avaliações e aos exames nacionais.
"Às 20 horas, o ministério apresenta a versão final, pareceu-nos haver vontade de diálogo", disse à Lusa o presidente da Pró-Ordem, Filipe do Paulo.
Segundo o dirigente, na proposta apresentada nas últimas 48 horas, o governo compromete-se a respeitar a antiguidade dos professores, perante a requalificação (mobilidade especial) aplicável aos trabalhadores da Administração Pública.
"Logo à noite já dizemos se se justifica fazer greve aos exames ou não", acrescentou.
O dirigente da Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI), Carlos Chagas, insiste que a mobilidade não faz sentido porque o país precisa de professores e só há concursos de quatro em quatro anos.
De acordo com Carlos Chagas, o Governo tentou "colher sugestões para melhorar o texto" e agendou novo encontro para as 20.15 horas.
Os professores têm uma greve marcada ao serviço de avaliações a 7, 11, 12, 13 e 14 de junho e aos exames a 17 de junho.
O receio de que o regime de mobilidade especial os leve ao desemprego e o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais são os principais pontos de discórdia.
As reuniões realizam-se no Palácio das Laranjeiras, sendo conduzidas pelos secretários de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, e da Administração Pública, Helder Rosalino.
A partir das 14.30 horas são recebidas a Federação Nacional da Educação (FNE) e a Federação Nacional dos Professores (FENPROF), que representam a grande maioria dos trabalhadores do setor.