A Direcção-Geral da Saúde considera que Portugal é um país com baixo risco para a infecção pela bactéria E.coli, que já provocou centenas de infecções na Europa, incluindo pelo menos 18 casos mortais na Alemanha, mas mantém-se preocupada e atenta à situação. "Há motivos de preocupação", diz Francisco George.
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Em declarações aos jornalistas, o director-geral da Saúde, Francisco George, lembrou que até ao momento não foi possível determinar a fonte da infecção, reconhecendo que "há motivos de preocupação".
"No que respeita a Portugal, o risco é muito baixo, muito pequeno e é sobretudo relacionado com aqueles que tenham viajado recentemente para a Alemanha", declarou à margem do Congresso dos Enfermeiros que decorre esta quinta-feira em Lisboa.
Para quem esteve recentemente na Alemanha e que adoeça de forma súbita com um quadro gastrointestinal, a DGS recomenda a ida aos serviços hospitalares, referindo a sua passagem por aquele país.
O director-geral da Saúde adiantou ainda que o surto tem estado "muito circunscrito à zona de Hamburgo e região norte da Alemanha", mas sem excluir que a fonte do problema possa estar em qualquer ponto da cadeia, "da quinta ao prato".
Sobre o anúncio feito pela Organização Mundial da Saúde de que se trata de uma nova estirpe nunca antes detectada, Francisco George refere que as "estirpes vão sendo reconhecidas à medida que os surtos vão sendo estudados".
"Há muitas estirpes diferentes. É esse o caso que acaba de ser anunciado. Tudo indica que não conhecíamos essa toxina", referiu.
Também a ministra da Saúde, Ana Jorge, à chegada ao Congresso dos Enfermeiros, garantiu que as autoridades portuguesas têm estado "muito atentas" ao assunto, que classificou como "preocupante".
Contudo, vincou que em Portugal ainda não existe qualquer caso registado, embora sem descartar a possibilidade do seu surgimento, sobretudo em pessoas que tenham estado na Alemanha.
O surto infeccioso da bactéria Escherichia coli (E.coli) foi detectado na Alemanha na semana passada, tendo entretanto provocado 18 mortos e afectado milhares de pessoas.
Apesar de as autoridades terem inicialmente atribuído o surto à contaminação de pepinos espanhóis, a origem da infecção continua desconhecida.