O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou hoje, sábado, que as tentativas de envolver o Papa Bento XVI nos casos de pedofilia registados na igreja católica alemã falharam.
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Em comunicado, o porta-voz da Santa Sé insiste em que Joseph Ratzinger, quando era arcebispo de Munique, era alheio ao caso do sacerdote com antecedentes de pedofilia que foi autorizado a exercer na capital bávara nos anos 80.
"É mais do que evidente que nos últimos dias houve quem tentasse encontrar elementos para implicar pessoalmente o Santo Padre na questão dos abusos. Para qualquer observador objectivo, está claro que estes esforços fracassaram", afirma Lombardi, num comunicado divulgado na página da internet da Rádio Vaticano.
O jornal alemão "Süddeutsche Zeitung" informou sexta-feira que na década de 80, quando Bento XVI era arcebispo de Munique e Freising, autorizou que um sacerdote com antecedentes de pedofilia e que tinha sido expulso por esse motivo do bispado da cidade alemã de Essen, conduzisse actividades pastorais em Munique.
No comunicado, Lombardi lembrou que a arquidiocese de Munique-Freising já "explicou" os factos em comunicado divulgado hoje, sábado, no qual diz que o então vigário geral da diocese alemã, Gerhard Gruber, assumiu "a plena responsabilidade" pelo ocorrido.
A Igreja Católica alemã foi sacudida, em finais de Janeiro, por diversos escândalos de pedofilia, que envolveram, entre outros, o irmão do Papa, Georg Ratzinger, que dirigiu durante 30 anos o coro de pequenos cantores de Ratisbonne.
Os escândalos abrangem actualmente 19 das 27 dioceses católicas alemãs. Recentemente, abusos cometidos por padres foram denunciados na Áustria, na Holanda e no Norte da Itália.