O reitor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa, afirmou, esta terça-feira, que os cortes no ensino superior são maiores aos de qualquer outro setor, dizendo que as instituições não entendem essa opção e enfrentarão muitas dificuldades em 2013.
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"O Orçamento do Estado para 2013 cria enormes constrangimentos [às universidades], como criou o de 2012, o de 2011, o de 2009, de 2008 e de 2007. Isto é, desde 2006/2007, as universidades públicas têm sido submetidas a uma redução [orçamental] drástica, muito complicada, muito difícil de entender, sobretudo quando sabemos que está no espaço público universitário talvez uma das poucas possibilidades para uma verdadeira saída da crise em Portugal", disse o reitor da Universidade de Lisboa.
Para Sampaio da Nóvoa, "sem universidades fortes, sem uma sociedade que se constrói a partir do conhecimento, a partir da qualificação", Portugal "não tem nenhum futuro".
"Portanto, é muito difícil entender estes cortes, que são superiores a quaisquer outros na administração pública, dentro do setor publico. Temos uma enorme dificuldade em entendê-los e teremos uma enorme dificuldade em viver com estes cortes em 2013", acrescentou.
O reitor falava aos jornalistas em Lisboa, no final de uma reunião com o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e em que esteve também o reitor da Universidade Técnica de Lisboa, António Serra.
Os dois reitores estão a fazer nova série de contactos com os partidos para lhes darem conta do processo de fusão das duas universidades, que neste momento aguarda a publicação do decreto do Governo que permitirá avançar para a elaboração e aprovação dos estatutos da nova instituição.