Centenas de chineses visitaram a página do Google+ do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e deixaram denúncias sobre a situação dos Direitos Humanos no país, beneficiando, aparentemente, de uma falha da máquina de censura da China.
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O Google+, uma ferramenta de personalização da Internet que se aproxima do tipo de rede social do Facebook lançada no ano passado, é, regra geral, inacessível na China.
Pequim colocou em marcha um mecanismo de censura na Internet muito sofisticado denominado de "The Great Firewall" ("A Grande Muralha").
Contudo, nos últimos dias, os internautas chineses conseguiram ter acesso ao portal, concentrando-se na página eletrónica Google+ do presidente norte-americano, Barack Obama, onde publicaram vários comentários, sobretudo em torno dos Direitos Humanos.
"Muitas pessoas não entendem porque é que tantos chineses querem ir (para os Estados Unidos da América). Nós invejamos a Democracia e a liberdade do povo norte-americano", escreveu um cibernauta.
"Nós não somos um povo bárbaro, nós somos somente sufocados", escreveu outro, entre os vários que apelaram a Obama para "libertar a China".
É difícil de saber se todos os comentários foram escritos a partir da China, mas muitos deles estão redigidos em mandarim em carateres simplificados - ao contrário da prática em Macau ou em Hong Kong, onde são usados os carateres tradicionais -, sendo que o conteúdo é muito semelhante aos dos 'posts' que se encontram em 'microblogs' na China.
Já outros apelaram a Obama para ajudar a libertar dissidentes como o advogado Chen Guangcheng, retido em casa, ou o Nobel da Paz Liu Xiaobo, atualmente na prisão.
Este domingo, o Google+ estava acessível, segundo a agência noticiosa francesa AFP, a partir de certos dispositivos móveis mas já não em computadores fixos.