Germano Marques da Silva, advogado de Duarte Lima na acusação do homicídio de Rosalinda Ribeiro, disse que não confia na polícia brasileira. "Há uma desonestidade total neste processo", disse, aludindo a "falsificação de provas" num caso que "tem muitos interesses em jogo", referiu que há "indícios, como o das multas de trânsito, que são falsos".
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"Confio na justiça brasileira, não confio é na polícia brasileira", disse Germano Marques da Silva, advogado que defende Duarte Lima no caso em que é acusado da morte de Rosalinda Ribeiro, no Brasil. "Conheço bem a polícia brasileira", justificou, ao ser questionado das razões de não confiar nas autoridades policiais brasileiras.
"Conheço a forma como este processo foi organizado", disse Germano Marques da Silva, considerando que "há uma desonestidade total neste processo", que justifica por "haver muitos interesses em jogo".
"Acredito que as fugas de informação partiram da polícia brasileira", disse Germano Marques da Silva, que falou aos jornalista à porta do Tribunal Central de Investigação Criminal de Lisboa, onde se deslocou para cumprimentar Duarte Lima, que está a ser ouvido no âmbito de um processo de fraude relacionado com o BPN.
"Não quero relacionar, mas acredito que as coisas possam estar relacioandas", disse o advogado do processo no Brasil, quando questionado sobre a oportunidade da detenção de Duarte Lima, no caso BPN, nesta altura.
Germano Marques da Silva disse que o advogado que acompanha o caso no Brasil "só teve acesso ao processo na sexta-feira passada e toda a gente sabe coisas do processo", disse. "A partir do momento em que o processo entrou na fase judicial, acabou-se o espectáculo. A polícia brasileira é que tem andado a brincar com o processo", acrescentou.
"A fase de instrução do processo, no Brasil, vai começar agora. No fim, é que se saberá se há ou não acusação", disse o advogado de Duarte Lima, sustentando que "não foi notificado de nada" até ao momento. "O que houve no Brasil, foi uma investigação policial", que Germano Marques da Silva contesta.
"Há vários indícios que são falsos, como o caso das multas" de trânsito alegadamente aplicadas ao carro que Duarte Lima teria alugado e que o colocariam perto do local do crime à hora estimada da morte de Rosalinda Ribeiro.
"Este processo foi todo mal conduzido, através da Comunicação Social, apresentando elementos de prova que são proibidos, fazendo valoração de indícios que não têm pronta por onde se lhe pegue, falsificando provas", disse o advogado de Duarte Lima no processo em que o ex-deputado é suspeito da morte de Rosalinda Ribeiro, herdeira do multimilionário Tomé Feteira.
"Ainda não conheço o processo em pormenor, mas vamos recorrer a destruição de toda a prova, porque não há prova nenhuma", argumentou Germano Marques da Silva, que disse acreditar "na inocência" do cliente e revelou que aconselhou Duarte Lima a ficar em silêncio, quando o ex-deputado mostrou vontade de falar sobre o caso em que é acusado de homicídio.
O regresso ao Brasil é, também, assunto encerrado. "Só se fosse parvo" é que voltava, disse Germano Marques da Silva. "Vai ao Brasil para quê? Para ficar lá meses preso à espera? Para ficar numa prisão brasileira e ser morto lá dentro?"
* com Augusto Correia