JNTAG - O próximo ano letivo vai ter mudanças: os alunos até ao 6.º ano não podem levar “smartphones” para a escola, a partir do 5.º ano as escolas podem decidir utilizar manuais digitais e a disciplina de Cidadania vai ser reformulada.
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Quando regressares às aulas em setembro (o ano letivo tem início entre os dias 11 e 15), podes ter novos colegas e novos professores, mas há outras mudanças, anunciadas recentemente pelo Ministério da Educação. O TAG explica-te.
Telemóveis
Uma das novidades tem a ver com os telemóveis. Muito se tem falado da dependência crescente das redes sociais entre os mais novos e a importância da brincadeira nos recreios – ou seja, brincares mais com os teus amigos e não estarem sempre agarrados aos ecrãs.
Assim, no próximo ano letivo, os alunos até ao 6.º ano não podem levar “smartphones” para a escola. Para justificar esta proibição, o ministro Fernando Alexandre apontou dados iniciais de um inquérito às escolas feito pelo Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas, que revelaram a diminuição do bullying e o aumento da socialização. No ano letivo passado, esta já foi uma realidade para 79% das escolas do 1.º ciclo e 41% das escolas do 2.º ciclo.
No entanto, os telemóveis como os conheces – com ecrã tátil e internet – nem sempre foram assim. Há modelos mais antigos, de teclas e sem internet, que permitem a sua função base: fazer e receber chamadas de voz. E estes serão permitidos nas escolas para que possas, por exemplo, comunicar com os teus pais ou avós.
Exceções: os “smartphones” serão autorizados em algumas situações, como o caso de alunos que não percebem bem a língua portuguesa, de forma a facilitar a tradução; para os alunos que necessitem "comprovadamente" do “smartphone” por questões de saúde (por exemplo, saber os níveis de insulina se for diabético) e para o desenvolvimento de atividades em sala de aula ou em visitas de estudo.
Manuais
No ano letivo 2025/2026, as escolas vão poder escolher entre lecionar com manuais em papel ou manuais digitais a partir do 2.º ciclo, ou seja, do 5.º ano. Só no ensino primário (1.º ciclo) se mantém a utilização de manuais em papel.
Cidadania
A disciplina de Cidadania “é uma área de trabalho transversal no 1.º ciclo” e nos 2.º e 3.º ciclos são as escolas que decidem como a implementar, nomeadamente, como uma disciplina autónoma.
Até agora havia 17 temas para abordar nesta disciplina, mas a partir de setembro serão oito "essenciais": direitos humanos, democracia e instituições públicas, desenvolvimento sustentável, literacia financeira e empreendedorismo, saúde, media, risco e segurança rodoviária e pluralismo e diversidade cultural.
O objetivo, explicou a ministro da Educação, é que estas matérias sejam lecionadas "de uma forma estruturada" e "com um modelo comum a todas escolas”. Além disso, o Governo pretende que as famílias sejam ouvidas na definição da estratégia de educação para a cidadania da escola.