16 horas em ponto e as portas abriram. Nas primeiras filas estavam os fãs dos Take That, que desde as nove da manhã se plantaram à entrada do antigo Parque de Campismo da Madalena, em Gaia, cheios de vontade e disponibilidade. Bianca Barros foi a primeira a cantar.
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A cena no cruzamento anterior às portas do recinto do Meo Marés Vivas parecia inusitada: de um lado, um grupo de Testemunhas de Jeová tinha uma espécie de stand montado, com cartazes em que figurava a pergunta "para quando a paz no Mundo?". Cerimoniosos, sorriam aos transeuntes, com as mãos unidas no regaço, colocados em fila.
Do outro lado, polícias com os seus coletes reluzentes controlavam o trânsito e os festivaleiros que iam passando, com as suas texanas de várias cores e passo sincopado. O nevoeiro adensava-se e as longas filas de controlo de sacos na entrada do recinto quase pareciam desaparecer.
"Whatever I said, whatever I did, I didn't mean it, I just want you back for good": a letra icónica dos Take That, boys band que é cabeça de cartaz do festival esta sexta-feira à noite, estava impressa na parede e dezenas de pessoas com t-shirts da "This life tour", acumulavam-se para registar o momento.
Britanny, inglesa que agora vive no Porto, tinha uma espécie de capa de super-herói com a cara do trio estampada, estava muito emocionada: "Eles são tudo para mim", disse ao JN.
Uns metros à frente, "dá-me esse teu calor, eu quero um verão azul", letra dos D'ZRT, rivalizava, mas sem conseguir concorrer, em número de fãs. Não há que enganar: o arranque do Meo marés Vivas, festival que se prolonga até domingo, é mesmo para a nostalgia das boys bands e seus fãs.
Bianca Barros canta o desamor
Bianca Barros foi a primeira artista a atuar. A loira vestida de prateado fez-se esperar e entrou em palco já bem depois dos seus músicos, e com maneirismos de estrela. Mas logo desarmou a pose: à segunda canção, teve de parar o concerto devido a problemas técnicos no palco Moche.
Seria obrigada a fazê-lo mais duas vezes - o seu microfone não tinha som.... Só quando tocou o single "Foi de vez", dedicado a todas as más pessoas que partem corações alheios, é que conseguiu que o espetáculo engrenasse.
Aí, teve o seu jovem público na mão, a cantar em uníssono "o amor é cego e eu fui cega por ti, 1, 2, 3 e foi de vez", refrão que se remata com um respeitoso "muito obrigada, não te quero voltar a ver".
Mas se estava tão segura do seu desamor, Bianca entra de seguida num “tenho saudades das nossas conversas de cinco minutos que duravam cinco horas” e para numa lista de temas de Rui Veloso ou Carolina Deslandes, onde mostra ter uma voz poderosíssima.
Com o público domado, Bianca sacode a cabeleira loira, morde o lábio e continua a entoar o despeito com a canção “Esperava mais de ti”.
Syro e a excitação das fãs
O palco Meo abriu com Syro, nome artístico de Diogo Lopes, músico e cantor português nascido em 1994. Syro começou a ganhar visibilidade no cenário musical português com o seu estilo pop e influências eletrónicas.
Conhecido pelas suas letras introspetivas e emotivas, bem como pelas melodias cativantes, a carreira de Syro ganhou destaque com "Perto de mim" e "E agora", canções que receberam boa aceitação do público e da crítica.
"Acordar" mostrou que o cantor tem muitas fãs, que se fizeram notar com os primeiros gritos histéricos, assim como o clássico "Rio d'Água".
O Meo Marés Vivas começa a aquecer e a encher.