O ciclista francês Romain Bardet (DMS) viveu, esta terça-feira, "um calvário" na Volta a França, perdendo as hipóteses de pódio na 16.ª etapa, infeliz também para Tadej Pogacar, que reconheceu que a UAE Emirates não teve um bom dia.
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"Foi um calvário e 'tiro o chapéu' aos meus companheiros, que me apoiaram do início ao fim. Sem eles, penso que não teria acabado a etapa. Não sei se foi por causa do calor. Não me sentia nada bem. Estava febril, tive arrepios, as têmporas latejavam. Foi um dia terrível e não o vi chegar", admitiu o segundo classificado do Tour2016.
Bardet caiu do quarto para o nono lugar, após perder quase quatro minutos para o camisola amarela Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), ficando já a 6.37 minutos do dinamarquês e a cerca de quatro de Tadej Pogacar e Geraint Thomas (INEOS), respetivamente segundo e terceiro da geral.
"Espero recuperar, tenho essa vontade. Não foi falta de pernas. Simplesmente, estava completamente perdido. Estava vazio", disse o francês de 31 anos, visivelmente desconsolado.
A desgraça de Bardet foi aproveitada por Nairo Quintana (Arkéa Samsic) para subir a quarto da geral, a 4.15 minutos do líder da geral.
"Estive muito bem hoje. Durante esta Volta a França estou muito regular. Já conhecia esta etapa, já fiz segundo. [...] Mantive-me na roda, sabia que não podia fazer-lhes [a Vingegaard e Pogacar] mossa. Os meus rivais são os do terceiro lugar no pódio", salientou o colombiano, 'vice' de Chris Froome nas edições de 2013 e 2015.
Na luta pelo pódio, o colombiano, de 32 anos, enfrenta a concorrência de Thomas, 'salvo' hoje pelo colega Adam Yates, que comprometeu as suas aspirações pessoais para 'segurar' o campeão de 2018 no terceiro lugar.
"Yates foi muito bom. Ele dedicou-se a mim e impôs um ritmo bom no último quilómetro e meio [do Mur de Péguère]", agradeceu Thomas, ainda a 2.43 minutos de Vingegaard e a 21 de Pogacar, depois de hoje os três terem chegado juntos a Foix, a 5.54 minutos do vencedor da tirada, o canadiano Hugo Houle (Israel-Premier Tech).
Após nova jornada de ataques, agora nos Pirenéus, o esloveno de 23 anos não estava satisfeito: "Tentei, mas não foi o nosso dia. Não que tenha sido mau, mas também não foi bom".
"Perdemos o Marc Soler cedo devido a problemas gástricos, o [Rafal] Majka teve problemas mecânicos na subida final. Depois, a Jumbo-Visma ainda recuperou o [Wout] Van Aert. Espero que melhore nos próximos dias", disse o atual bicampeão da 'Grande Boucle'.
'Pogi' perdeu hoje Soler, que chegou fora do controlo após passar grande parte dos 178,5 quilómetros entre Carcassonne e Foix isolado e visivelmente combalido (vomitou várias vezes), e já só tem quatro companheiros em prova.
"Ele fez bons ataques no final. Já esperava que atacasse e penso que fizemos um bom trabalho enquanto equipa. Tínhamos dois homens na frente [na fuga] para regressarem no momento certo e o plano resultou na perfeição para nós hoje", analisou Vingegaard.
O dinamarquês de 25 anos, que tem novamente mais um companheiro de equipa do que Pogacar, desvalorizou a pressão de envergar a camisola amarela.
"É o que é. Se ganhar, ganhei, se não, não posso fazer nada. Enquanto eu fizer o meu melhor...", declarou o sempre sucinto líder da geral.