Rony Lopes passou os últimos anos da adolescência em Manchester. E até nem foi mau. "Gostei de lá viver, e o melhor foram as pessoas que conheci e os amigos que lá tenho", adianta ao JN. Só que havia um problema. "Saudades do frio e da chuva? Não, obrigado", acrescenta o internacional português. Neste particular, a realidade é-lhe bem mais favorável agora.
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O cheiro a mar recorda-lhe Portugal, mas a lista de parecenças não é muito mais longa. O Mónaco é já aqui, mas parece ser muito, muito, longe. "As casas e as rendas são caríssimas, é muito difícil encontrar um sítio que não seja pelo menos quatro ou cinco vezes mais caro do que em Portugal. Os restaurantes também puxam para duas ou três vezes mais. Felizmente, o meu pai cozinha bem", solta. E aquela história de não haver carros fracos pelo principado francês, confirma-se? "Para mim, um carro é fraco se ficar a meio do caminho e por acaso nunca vi nenhum (risos)... Mas, sim, nunca vi tantos carros topo de gama e das grandes marcas", confirma. E até nem fazem muito jeito. "Aqui, é tudo muito perto e dá para fazer grande parte do dia a pé", explica o futebolista do Mónaco.
No meio de tanto luxo e riqueza bruta, não seria anormal um jovem de 22 anos deslumbrar-se, só que não. "Isso passa-me ao lado. Nunca entrei no casino, por exemplo", assegura. Rony Lopes perde-se é por outras coisas. "Viver perto do mar é espetacular e sempre que posso e está calor vou com o meu pai passear ou jogar um vólei na areia". Impossível em Manchester.
Passe Curto
Nome Marcos Paulo Mesquita Lopes
Clube AS Mónaco
Idade 23 anos (28/12/1995)
Posição Avançado
Às voltas com os "bisous"
"Por uma questão de respeito" e mal chegou a França, Rony Lopes pôs-se logo em trabalhos. "Não falava uma palavra de francês, mas esforcei-me e em cinco meses já comunicava na língua deles. Custou, tive de estudar, mas valeu o esforço", refere o jogador português. O idioma, no entanto, não foi a única particularidade da vida francesa a requerer atenção redobrada: "Muita coisa foi estranha". Até os... beijos. "Aqui, é comum os homens cumprimentarem-se com dois "bisous" e no início foi estranho. Estendia a mão para cumprimentar, mas puxavam-me para dar beijinhos. Parecia que me tratavam como a uma criança". Nada que agora faça confusão. "Percebi que é normal e, pronto, passei a aceitar os "bisous" dos franceses", completa.