Rui Costa assumiu, esta quarta-feira, ainda mais protagonismo na 40.ª Volta ao Algarve em bicicleta, ao entregar a vitória na primeira etapa a Sacha Modolo, colega italiano da Lampre-Merida, que é o primeiro camisola amarela desta edição.
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"Estou contentíssimo. Ter o campeão do mundo a dar-te a roda não é de qualquer um. O Rui Costa é um senhor", disse o feliz vencedor, rodeado e cumprimentado por todos os colegas da Lampre-Merida.
Aos 26 anos, o ciclista de Conegliano comprova as suas credenciais de velocista, respondendo à altura ao trabalho do campeão do mundo, que uniu o seu conhecimento do final da primeira etapa, entre Faro a Albufeira, no total de 160 quilómetros, à sua inteligência de corrida parar conquistar, desde já, a camisola amarela para a equipa italiana.
No primeiro teste real para o pelotão nacional e primeiro e único contacto das estrelas internacionais com as estradas portuguesas, a adaptação do pelotão à corrida fez-se com cautela e calma, muito por culpa da iniciativa de Bruno Silva (Efapel-Glassdrive), Luís Afonso (LA-Antarte), César Fonte (Rádio Popular), Valter Pereira (Banco BIC-Carmim) e Alexandr Pliuschin (SkyDive-Dubai).
O quinteto saltou do pelotão aos 12 quilómetros, construiu uma vantagem de 4.34 minutos, impulsionou uma média de 34 km/h na primeira hora de corrida, antes de desmembrar-se e deixar isolados na frente Afonso, Fonte e Pliuschin.
Na primeira passagem pela meta, situada a 26 quilómetros do final, os três passaram isolados, beneficiando da permissão de um grupo principal comandado pela Omega Pharma-Quickstep e pela FDJ.fr.
O trabalho dos colossos do ciclismo mundial foi mais forte do que a vontade dos fugitivos, concentrados em lutar pelas classificações secundárias, e, pouco depois da primeira passagem por Albufeira, já o pelotão seguia reagrupado.
Na preparação do sprint, revezaram-se as equipas dos mais rápidos, com a Lampre-Merida a justificar todo o protagonismo que tem tido com a "dobradinha" Modolo-Costa, um plano arquitetado pela formação italiana, como confessou o campeão do mundo: "Tinha dito que tínhamos um corredor muito forte, o Sacha Modolo, e conseguimos ganhar".
"O triunfo vai para a equipa, mas também para o Kristof Goddaert. Não era nosso colega, mas era muito simpático", destacou Modolo, referindo-se ao ciclista belga que morreu atropelado por um autocarro na terça-feira.
Primeiro na geral, depois de cumprir a primeira etapa em 3:51.46 horas, o sprinter italiano, que soma já quatro vitórias desde o início da época, confessou o desejo de ver o seu colega português a roubar-lhe a camisola.
"Amanhã [quinta-feira] vou trabalhar para o Rui Costa e para o Chris [Horner]. O Rui está muito bem. Gostava de vê-lo vestir a camisola amarela amanhã", acrescentou.
A segunda tirada, tida como uma "clássica" dentro de uma corrida por etapas, pode fazer a vontade a Modolo, já que a chegada a Monchique, depois de 196 quilómetros desde Lagoa, é o primeiro teste digno dos candidatos ao triunfo final.