O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, considerou hoje, sábado, que as SCUT que vão passar a ter portagens "não servem para ir e vir", mas para "garantir uma renda" aos concessionários.
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O dirigente bloquista discursava perante cerca de 70 activistas e simpatizantes do BE que participaram hoje nas Jornadas do Alentejo, organizadas pelo partido na aldeia de Valverde, no concelho de Évora.
De acordo com Francisco Louçã, para este ano, estava previsto um aumento do pagamento do Estado em 10 milhões de euros para os concessionários das SCUT (auto estradas sem custo para os utilizadores) da Costa de Prata e do Grande Porto e em 12 milhões de euros para o da SCUT Norte Litoral.
"A generosidade aqui é em pacotes de 10 milhões de euros para cada um dos concessionários e ainda não tinha começado sequer a pôr-se a hipótese das portagens", disse o líder do BE, considerando que "estas estradas não servem para ir e vir, servem para garantir uma renda".
Francisco Louçã acrescentou que "não depende o que se paga ao concessionário do número de automóveis que ali circulam e da sua utilidade, depende da garantia que lhe é dada pelo Estado que pôs ali a estrada e paga por mais dezenas de anos uma renda que vai aumentando".
Sobre notícia avançada pelo SIC, sexta feira à noite, de que a Estradas de Portugal (EP) está a ficar sem dinheiro para pagar todos os compromissos assumidos com as SCUT, Francisco Louçã concluiu que "a bota bate com a perdigota".
"A Mota Engil, que é concessionária de três das sete SCUT, comunicou esta semana à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que tinha fechado as negociações para o reforço do contributo do Estado para as suas rendas, cifrando-se o negócio em 155 milhões de euros", disse Louçã.
"Percebem para que é que servem as portagens", questionou.