Uma venda massiva de criptomoedas levou a perdas de 200 mil milhões de dólares em apenas 24 horas.
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A queda generalizada das criptomoedas continua, com uma sangria de vendas em série a apagar mais de 200 mil milhões de dólares (192 mil milhões de euros) de todo o mercado num único dia.
O gatilho foi o colapso da TerraUSD, uma moeda digital ancorada no dólar e, por isso, classificada como uma "stablecoin" (moeda estável). A crise desta moeda - que na quarta-feira chegou a ser negociada a 0,23 dólares (cerca de 22 cêntimos) - contaminou todo o mercado de critpomoedas: a Bitcoin desabou 10% e o Ethereum chegou a cair 16%.
A primeira, a moeda digital mais negociada do mundo, chegou abaixo dos 27 mil dólares (o equivalente a cerca de 26 mil euros) pela primeira vez em 16 meses, desde dezembro de 2020, caindo para 25.919,33 dólares na manhã de quinta-feira, de acordo com dados da Bitstamp (bolsa de criptomoedas com sede no Luxemburgo). Desde então, reduziu ligeiramente as perdas e entretanto já foi negociada em cerca de 28 mil dólares, uma queda de 3% face às 24 horas anteriores.
Os valores negativos atingem todas as 20 maiores criptomoedas do mundo, com quedas que superam os 20% nas últimas 24 horas em ativos como SOL, AVAX, DOGE, SHIB e MATIC e acima de 10% na maioria das restantes. O Ether, a segunda maior moeda digital, chegou ao valor de 1719,73 dólares por moeda, nesta que é a primeira vez que cai abaixo da marca dos dois mil dólares desde julho de 2021.
A fuga dos investidores do mercado das criptomoedas acontece num momento frágil no que diz respeito à subida da inflação a nível global e à deterioração das perspetivas económicas: os dados da inflação nos Estados Unidos divulgados na quarta-feira mostraram que os preços de bens e serviços subiram 8,3% em abril, acima do esperado pelos analistas e perto do nível mais alto em 40 anos.