No Cais do Sodré, o novo restaurante serve à mesa os pratos que uma dupla libanesa cresceu a comer em casa, pensados para partilhar. Há influências sírias, palestinianas ou gregas à mistura.
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O nome do novo inquilino do Cais do Sodré, que significa "banquete" em árabe, já deixa adivinhar a identidade desta cozinha, pensada para ser partilhada e celebrada à mesa. "Remete para mesas grandes e felizes, onde se come e fala alto", explica o proprietário do Maída, que celebra os sabores e as raízes libanesas, na grande maioria em formato de petiscos.
"São pratos que nos habituámos a comer em casa desde muito cedo", conta Anthony Reachi, que abriu o restaurante com Anna Baydoun. Ele é natural de Zahleh e foca-se na gestão do espaço. Já Anna, nascida em Beirute, lidera a cozinha. Ainda que se tenham fixado em Lisboa, mudaram-se para Portugal há quatro anos depois de terem passado umas férias no Porto, cidade pela qual se apaixonaram. "Somos parecidos em muita coisa, até na forma de conduzir", ri-se Anthony.
A gastronomia mediterrânica é a espinha dorsal da carta e, além da forte génese libanesa, há inspirações palestinianas, gregas, sírias ou turcas, por exemplo. "Estas cozinhas influenciam-se umas às outras", diz o dono do Maída, que antes já estava na área da restauração, na consultoria e desenvolvimento de negócios. Muitos dos produtos, como os verdes e o peixe, obedecem à lógica da cozinha de proximidade, chegando do vizinho Mercado da Ribeira.
As tostas e o pão saj, tradicional no Médio Oriente, fino e feito na própria casa, podem mergulhar-se no leque de dips: seja o húmus com sementes de romã; o muhamara, creme de pimentos vermelhos assados, nozes, tahini, melaço de romã e especiarias; ou o cremoso gratinado de espinafres, queijos, alcachofra e alho. Para petiscar também, abre-se caminho para os falafel da casa, servidos com legumes mistos, pão com zaatar e molho tahini; mas também para os rolinhos crocantes de saj, recheados com frango desfiado, cebolas caramelizadas e especiarias; e para os shish barak, uns ravioli de carne picada salteados em malagueta, iogurte com alho e amêndoa tostada.
À mesa chega ainda o clássico shawarma de vaca, com batata frita e salada; ou o peito de frango na grelha com orégãos picantes, ambos desenhados para dividir. Na carta há ainda saladas e wraps (feitos a partir do pão saj), ambos vendidos também no The Happy Salad, o espaço que a dupla de libaneses também gere na zona de São Sebastião. E nos doces, destaque para znoud el set, um pastel de massa filo com recheio de nata doce libanesa e pistacho triturado no topo.
O restaurante, que se move entre um ambiente descontraído e cosmopolita, tem também opção de brunch e a música faz parte do seu ADN, com presença regular de DJ à noite. Para brindar, a garrafeira da casa tem rótulos nacionais e libaneses, e aposta-se também na mixologia de assinatura, em cocktails como o Fatoush On The Rocks (Bourbon, melaço de romã, hortelã e limão), o preferido de Anthony.
Maída
Rua da Boavista, 66, Lisboa
Web: maida.pt
Das 12h às 15h30 e das 19h às 23h30 (jantar só de quarta a sábado). Encerra segunda.
Preço: entradas e dips desde sete euros; saladas desde 11 euros; wraps desde quatro euros; principais desde 15 euros.