Caminhos junto ao rio, clareiras relvadas, e uma montanha com grutas e arvoredo. O calor convida a desfrutar dos espaços verdes da cidade de Guimarães, que acaba de reforçar a sua rede de ecovias com novos troços, a fazer jus ao título de Capital Verde Europeia de 2026.
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No verão, os espaços verdes das cidades reanimam-se e tornam-se especialmente apetecíveis. Há quem aprecie os relvados rendilhados de sol e sombra para dormir uma sesta, quem vá exercitar ao ar livre, e quem procure a frescura das zonas ribeirinhas e do arvoredo para temperar o calor. Ou até quem simplesmente queira desfrutar de um banho de natureza. Se tudo isto é verdade em Guimarães, na afluência aos parques e ecovias da cidade pesam particularmente as elevadas temperaturas que se fazem sentir no centro histórico, no pico da estação.
Por sorte, há refúgios com fartura em redor da urbe, espaços de lazer e desporto, inseridos em manchas naturais. Destacam-se o Parque da Cidade, a Montanha da Penha e os corredores verdes que compõem a rede de percursos pedonais e cicláveis do concelho, que têm vindo a expandir-se ao longo dos rios Ave, Selho e Vizela.
Estes trajetos pretendem não só incentivar a mobilidade e a prática de atividades ao ar livre, como também sensibilizar a população para a riqueza natural das galerias ripícolas. O troço principal da ecovia de Guimarães tem atualmente 16,5 quilómetros de extensão, e contorna toda a zona urbana, desde o Parque da Cidade - daqui tem ligação a Fafe, pela antiga linha ferroviária -, a nascente, até às hortas comunitárias que retalham os terrenos em volta do rio Selho (um afluente do Ave), a poente, atravessando áreas rurais e citadinas.
Em linha com o objetivo de tornar a cidade mais verde e amiga do ambiente, conforme o compromisso assumido como Capital Verde Europeia de 2026, Guimarães está a reforçar a sua rede de ecovias, e já existem novos troços para meter os pés ao caminho.
Novos percursos ribeirinhos
Em março, Guimarães inaugurou novos troços das suas ecovias, localizados nas margens dos rios Ave e Selho, e que abrangem as freguesias de Barco, Caldelas, Brito, Pencelo e Fermentões. O Parque de Lazer de Barco e o Parque de Lazer das Taipas estão agora ligados por um percurso de 2,5 quilómetros. E do Parque de Roldes sai outro dos novos trechos, que atravessa essencialmente uma paisagem agrícola. O projeto de expansão das ecovias tem em vista a criação de um parque linear, e inclui a reabilitação de moinhos e açudes para novos usufrutos.
Ler à sombra de um carvalho
A entrada principal do Parque da Cidade, no extremo oriental do núcleo urbano, mostra uma ampla clareira relvada, com bancos e espreguiçadeiras à sombra de grandes carvalhos, onde podemos dedicar-nos à leitura, tirar uma sesta, ou apreciar os sons da avifauna. A área contempla ainda um campo de jogos, um parque infantil e um restaurante/bar com esplanada. Mas este é apenas o primeiro espaço de uma mancha verde que se estende por 30 hectares, interligados por vários percursos pedestres, sempre acompanhados por cursos de água que reforçam a frescura do lugar.
Penedos e petiscos
Do Parque da Cidade sai um trilho que desafia os mais aventureiros a subir a Montanha da Penha, aos seus 617 metros de altitude. Há, porém, outras formas mais prazerosas de lá chegar. De carro, num percurso de 10 minutos que se embrenha pelo bosque. Ou de teleférico, com uma vista privilegiada sobre a cidade de Guimarães. Lá em cima, abrem-se 60 hectares de área verde, onde cabem miradouros, grutas, ermidas e imponentes penedos entre o denso arvoredo. Debaixo de um desses rochedos, envolvida na frescura da montanha, a Adega do Ermitão oferece poiso para descansar do passeio e recarregar baterias, petiscando um bolo de sardinha, carne ou chouriço, feito na hora, em forno a lenha, e uma caneca de vinho.