Das 22.800 pessoas (segundo dados da organização) que deram entrada no Parque da Cidade até às 23 horas, não mais de metade se encontravam no Palco Optimus quando os Wilco deram início ao concerto.
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Percebe-se a dispersão: os rapazes norte-americanos (já meio entradotes, é certo) não são uma banda que provoque arremedos de entusiasmo descontrolados. O que, atenção, não belisca em nada a sua competência profissional. As suas canções, solidamente inscritas nos genes do seu país ao abarcarem a folk e a country mais profunda, apelam mais a uma fruição interior do que a grandes manifestações de júbilo, mesmo quando colocam de lado a indolência e mostram o seu lado mais efusivo, quase catártico
No Porto, conseguiram vencer a barreira inicial da desconfiança, embora só com muito boa-vontade se possa vir a considerar a sua atuação como um dos grandes momentos do festival.
A segunda das três noites do festival no Parque da Cidade refletiu bem o ecletismo de que o Primavera Sound sempre deu mostras, pois houve de tudo um pouco: do rock discreto e elegante dos Walkmen, ao psicadelismo retro-futurista dos Flaming Lips, passando até pela sedução eletrónica dos Beach House, ninguém se pode queixar de ter visto os seus gostos passarem à margem das escolhas da organização.