Não houve grandes aglomerações à entrada, nem tampouco corridas desenfreadas de fãs histéricos rumo aos lugares de melhor acesso ao palco. Por isso, qualquer semelhança entre o arranque do Optimus Primavera Sound Porto e o de qualquer outro festival de grandes massas poderia ter frustrado as expectativas de quem esperasse algo mais fulgurante.
Corpo do artigo
Alarmados pela iminência da chuva - que, afinal, só surgiu ao princípio da noite - ou talvez apenas a reservarem energias para a noite que se antevia longa, os espectadores foram chegando a conta-gotas. Disso se aproveitaram os mais madrugadores, que por largos minutos tiveram o recinto por sua conta, espraiando-se com a respetiva preguiça no tentador relvado que cobre a quase totalidade da área onde decorre o festival.
"Já tinha visto imagens do local mas ao vivo é outra coisa", asseverou Jordi, um catalão de 28 anos que reservou uns dias de férias na empresa informática onde trabalha para vir propositadamente ao Porto. Encantado com a profusão de espaços verdes, o fã dos Beach House e Mercury Rev ficou espantado com a beleza natural do local, apesar de ter estranhado a autorização oficial que permitiu um festival de grandes dimensões neste espaço. "Em Espanha, nunca teria sido possível...", deixou escapar.
Lentamente, à medida que a tarde ia caminhando para o fim, o cenário foi-se compondo, para o que contribuiu a chegada gradual de mais portugueses, fiéis à sua fama de retardatários. Mesmo morando na vizinha Foz, Patrícia e Joana esperaram pelo pôr-do-sol para entrarem no recinto. "A noite vai ser longa e não convém ficar 'knock out' cedo demais...", gracejou Joana.