Candidato da coligação PSD, CDS-PP e MPT à Câmara da capital diz que provoca "medo" a clientelas e anuncia lema da coligação: "Com os dois pés em Lisboa". Pinto da Costa falso na apresentação de Fernando Seara à Câmara de Lisboa.
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Quase 12 anos após ter arrancado à socialista Edite Estrela a Câmara de Sintra, contra todas as sondagens, Fernando Seara garantiu, esta quarta-feira, estar mais do que preparado para repetir a façanha - desta vez, em Lisboa, contra o atual presidente António Costa (PS).
O candidato da coligação "Sentir Lisboa" (PSD, CDS-PP e MPT) afirmou que está na corrida com os "dois pés" e que não abandonará "os lisboetas nos próximos oito anos" para rumar a Belém ou ao Parlamento Europeu.
"Estou aqui como candidato de corpo inteiro. Não sou, nem serei, candidato a prazo, com outros desígnios", disse, na Gare Marítima de Alcântara, naquela que foi a sua terceira apresentação pública e onde deu a conhecer os candidatos às Juntas de Freguesia - continuando a desconhecer-se a lista de vereadores.
Menos nervoso do que quando apresentou a sede de campanha e confiante pela decisão do Tribunal Constitucional, Seara salientou que a decisão dos juízes "não se trata da "decisão mesmo"". "Mas conforta-nos muito. Fica claro que ninguém é fora de lei", avisou.
Seara, que formaliza a sua candidatura na sexta-feira, acredita que "Sentir Lisboa" provoca receios a quem lidera o município. "O medo de perder eleições, de perder o poder, lugares, importâncias, mordomias, o medo de ter de parar de alimentar e gerir clientelas", frisou, depois de recordar ter batido Estrela "contra todos os vaticínios", em 2001.
Pinto da Costa faz de conta
Lembrando ainda as "obras e obra" de Carmona Rodrigues e Pedro Santana Lopes [2001-2007] e o legado de uma "política social urbana consistente" do centrista Krus Abecasis [1980-1989], o social-democrata explicou que concorre "para reabilitar Lisboa". "Com os lisboetas e não sem eles ou contra eles" elencou, no momento em que um idoso era socorrido pelos bombeiros, devido à inexistência de ar condicionado. Cenário que levou parte da plateia a abanicar-se com o que tinha mais à mão.
Já antes, a mesma gare havia assistido a algo insólito. Após as palavras do vice-primeiro ministro e líder do CDS-PP, Paulo Portas, e quando se aguardava que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho avançasse para as luzes, eis que chamam ao palanque o grande e inesperado apoio: "Jorge Nuno Pinto da Costa".
Boquiaberta, a plateia lá percebeu então que quem falava dos seus "Boby e Tareco" era o imitador Canto e Castro. A seguir ao líder dos Dragões, seguiu-se uma imitação de um atabalhoado Presidente da República, Cavaco Silva, que arrancou gargalhadas a todos, sem exceção. O verdadeiro Passos Coelho só falou depois. E a apresentação da candidatura voltou a ter um tom menos revisteiro.