Ferreira Leite diz que Sócrates tem "projecto de natureza pessoal" para se manter no poder
A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, acusou este domingo o primeiro-ministro de ter um "projecto de natureza pessoal" para se manter no poder, salientando ainda que José Sócrates "só gosta de quem gosta dele".
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"José Sócrates tem um projecto de natureza pessoal para se manter no poder, só pode ser de natureza pessoal, não pode ser pelo país", afirmou a líder social-democrata, num discurso que hoje, domingo, proferiu em Ponta Delgada, nos Açores.
Manuela Ferreira Leite acentuou a diferença que a separa de José Sócrates, frisando que se candidata "para que esta decadência do país seja travada e se altere o rumo deste plano inclinado".
"José Sócrates vai continuar com a mesma política, está a anunciar que vamos continuar a cair para o fundo", afirmou.
A presidente desvalorizou ainda o optimismo manifestado por José Sócrates com os mais recentes indicadores económicos, considerando que "estamos todos debaixo de água, mas ele entende que é igual morrer afogado a 12 metros de profundidade ou a 13 metros".
"Para mim, não é tudo igual. Não quero é morrer afogada", frisou.
Na intervenção que proferiu perante algumas centenas de apoiantes, Manuela Ferreira Leite contestou ainda os "boatos" que têm sido lançados na opinião pública para "assustar" os eleitores.
"Não é possível em democracia que o apelo ao voto seja feito com base no engano", afirmou.
Nesse sentido, reafirmou que, ao contrário do que dizem os socialistas, não pretende alterar as transferências da lei das finanças regionais para os Açores, assegurando que não privilegiará nenhuma região pela cor política.
"José Sócrates não percebe isso porque só gosta de quem gosta dele, de quem o apoia", salientou.
Por outro lado, considerou uma "manipulação escandalosa" que os socialistas persistam em dizer que o PSD, se chegar ao governo, pretende privatizar a segurança social.
"Nunca o defendi, nunca o propus, mas ele (José Sócrates) diz que não o fiz, mas pensei", afirmou.
Para Manuela Ferreira Leite, "é difícil lutar com armas diferentes, quando um fala verdade e o outro inventa calúnias".
As críticas a José Sócrates vieram também de Berta Cabral, líder do PSD/Açores, para quem "com quatro anos de Sócrates, Portugal bateu no fundo".
"A saúde está de braços cruzados, a educação está de costas voltadas, a justiça está de joelhos, a segurança social está de cabeça perdida e a economia está de corda ao pescoço", afirmou.
Para Berta Cabral, "visto dos Açores, Portugal está pior do que nunca".