Rui Moreira garante que eventual candidatura ao Porto não é contra os partidos
O empresário Rui Moreira garantiu, esta terça-feira, que a sua eventual candidatura à Câmara do Porto não é contra os partidos, explicando que neste momento está a montar "uma máquina" e que o "programa já está mais ou menos pensado".
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Em entrevista ao programa "Terça à Noite", a transmitir esta terça-feira à noite pela Rádio Renascença, o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, falou da sua eventual candidatura à Câmara do Porto nas próximas autárquicas, explicando que já superou duas das barreiras iniciais.
"Há uma terceira barreira que está a ser trabalhada, que ainda não está totalmente vencida - mas isto também tem os seus tempos e ainda não estamos fora de tempo - que é perceber até que ponto tenho recursos. E quando falo em recursos é ter as condições necessárias para uma intervenção que possa no final ser vencedora. Para isso preciso de ter uma máquina que não tenho, estou a montar", afirmou.
Rui Moreira disse ainda que "o programa já está mais ou menos pensado", garantindo que esta não é uma candidatura contra os partidos.
"A democracia representativa tem de ser salva pelos partidos, senão entramos na democracia direta e é terrível, ou então entramos no caciquismo, que também seria terrível para a democracia portuguesa", alertou.
O empresário avançou ainda que não vai "enjeitar apoios de partidos ou de manifestos", mas foi perentório: "Que fique claro que o programa será sempre feito por mim com 'inputs' que vou recebendo".
Sobre a candidatura do PSD, encabeçada pelo presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, Rui Moreira considerou que as propostas do social-democrata "eram propostas possíveis antes de 2007".
"O Porto tem uma excelente base de partida. Temo que algum caudilhismo leve a que tudo aquilo que ganhámos seja rapidamente delapidado", alertou.
Explicando que a primeira barreira que ultrapassou foi perceber que as condições pessoais estavam reunidas, Rui Moreira acrescentou que a segunda barreira era perceber até que ponto os cidadãos da cidade se identificavam com aquilo que tem vindo a defender e, por outro lado, não se identificavam com as outras candidaturas.
"Era importante perceber isso e com este manifesto sinto-me confortável, porque há um conjunto de pessoas que respeito muito que tomam posição, sugerindo algumas das medidas de que já falei, mas também dando o seu contributo cívico e sugerindo outras questões, o que é fundamental na construção de uma candidatura", disse.
O movimento "Dar o Porto ao manifesto", subscrito por centena e meia de personalidades do Porto e que está associado a uma eventual candidatura de Rui Moreira à presidência da Câmara, conta com o apoio dos ex-ministros em governos PSD Luís Valente de Oliveira e Arlindo Cunha, Daniel Bessa, os sociais-democratas Artur Santos Silva e Miguel Veiga e o ex-deputado do CDS/PP António Lobo Xavier.
O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, declarou no sábado à noite "simpatia" por este manifesto, um dia depois do eurodeputado do CDS-PP Diogo Feio também ter demonstrado "muita simpatia" pelo nascimento do movimento.
O estilista Luís Onofre, a diretora-geral da Fundação de Serralves, Odete Patrício e o professor universitário Eduardo Paz Barroso são outros dos nomes que se associaram ao manifesto.